Domingo, 16 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de novembro de 2025
Dormir bem nunca foi tão essencial, e não apenas para o corpo e a mente. A ciência tem mostrado que o sono é um verdadeiro aliado da beleza, capaz de melhorar a textura da pele, retardar os sinais de envelhecimento e até influenciar na forma como somos vistos pelos outros.
Quem já acordou após uma noite mal dormida e se deparou com um rosto cansado sabe que não é impressão. A falta de descanso altera processos biológicos fundamentais, refletindo diretamente na aparência.
Um estudo publicado na ScienceDirect observou os efeitos da privação de sono em 24 mulheres entre 30 e 55 anos. Após dois dias dormindo cerca de três horas a menos que o habitual, a pele apresentou perda significativa de umidade, redução da elasticidade e leve aumento do pH, combinação que a torna mais seca e sensível.
A explicação está em mecanismos internos que funcionam enquanto dormimos. Segundo pesquisa do Journal of Neuroendocrinology, da Universidade de Oxford, o hormônio do crescimento (GH) é liberado durante a fase de sono profundo. É ele quem estimula a regeneração dos tecidos, fortalece os músculos e impulsiona a produção de colágeno, proteína essencial para manter a firmeza e a vitalidade da pele.
Ao mesmo tempo, os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, atingem seu ponto mais baixo, o que ajuda a preservar o colágeno e reduz inflamações. Já a prolactina, responsável por regular o sistema imunológico e o crescimento celular, aumenta, favorecendo a reparação natural dos tecidos cutâneos.
Para a dermatologista Isabela Dupin, professora da Afya Educação Médica, o sono é um dos pilares de uma pele saudável.
“O sono funciona como um verdadeiro ‘tratamento noturno’ gratuito: enquanto dormimos profundamente, a pele entra em modo de reparo intensivo. É nesse momento que há maior produção de colágeno, redução da inflamação e fortalecimento da barreira cutânea. Quando negligenciamos esse descanso, comprometemos diretamente esses mecanismos, e a pele responde com sinais visíveis de cansaço e envelhecimento”, explica.
Os reflexos de uma boa noite de sono vão além do espelho. Pesquisas da Royal Society mostram que a privação do descanso afeta até a forma como somos percebidos socialmente. Pessoas que dormem pouco tendem a parecer menos otimistas e sociáveis, além de terem maior dificuldade para expressar emoções e empatia.
“Investir em uma rotina de sono adequada é tão importante quanto usar bons cosméticos ou manter uma alimentação equilibrada. Quando dormimos bem, nosso corpo trabalha a nosso favor: a pele se regenera, os sinais de fadiga diminuem e até a forma como nos apresentamos ao mundo melhora. O sono é uma ferramenta poderosa e acessível de autocuidado e, quando entendemos isso, conseguimos potencializar os resultados de qualquer outra estratégia de beleza ou bem-estar”, conclui a especialista. Com informações do portal O Globo.