Segunda-feira, 01 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 1 de setembro de 2025
Você piscou e já estamos no final de agosto. O ano de 2025, que parecia tão promissor em janeiro, só tem mais quatro meses restantes. Entre planos, dietas e frequência na academia, boa parte dos objetivos estipulados no final do ano passado já foi por água abaixo. Afinal, como o ano passou tão rápido?
“Quando alguém diz que o ano passou voando está, na realidade, falando que não deu tempo para fazer tudo o que ela queria ter feito”, afirmou André Cravo, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), psicólogo e pesquisador na área de neurofisiologia e cognição, ao portal Estadão em 2024.
Para Cravo, o grande problema se encontra no fato de que a maioria das pessoas se ocupa com coisas que elas não querem fazer. “O tempo passar rápido ou devagar, por si só, não é algo necessariamente bom ou ruim”, pondera o professor.
Segundo ele, a sensação de que o tempo está voando pode ser encontrada quando alguém passa muito tempo em uma fila ou quando está se divertindo com os amigos. “O que é ruim é a sensação de que não fizemos tudo o que precisávamos fazer.”
Mas afinal, é possível fazer o tempo passar mais devagar? Confira as conversas com alguns especialistas e compila cinco dicas para quem deseja desacelerar o ritmo e aproveitar melhor a vida.
Entenda que o tempo é finito
Quatro mil semanas. Segundo estimativas, essa é a média de tempo disponível ao longo da vida para uma pessoa no mundo ocidental. Quando você para pra pensar, não é lá muito tempo disponível. Por isso, um dos passos mais importantes na hora de aproveitar mais a vida é entender que não temos todo o tempo do mundo.
“Uma pessoa na fase adulta, por exemplo, costuma ter cerca de duas mil semanas restantes de vida”, avaliou Cravo. A perspectiva pode parecer mórbida para alguns, mas pode ajudar quem se vê perdido ou com muitas opções. Para o psicólogo, ao entender que não temos todo o tempo do mundo, uma decisão é necessária: escolher o que fazer com a própria vida ou deixar tudo ao acaso.
“O tempo é finito. Aceitar isso é entender que é necessário priorizar a realização do que você entende ser mais importante. As escolhas, no final das contas, vão continuar sendo feitas. Talvez só não sejam feitas por você”, finalizou Cravo.
Estabeleça prioridades
Se o tempo é finito, como melhor aproveitá-lo? Elencando prioridades para a sua vida. “É necessário não deixar as coisas só acontecerem, mas se planejar e sair do piloto automático”, afirmou a neurocientista Thaís Gameiro.
Para ela, estabelecer metas e prioridades é central para conseguir realizar tudo o que se planejou e, com isso, sair satisfeito com a própria manutenção do tempo. “O que é importante para mim hoje? O que é importante para mim nessa semana? O que é importante nesse mês? Saber isso é fundamental.”
Vá atrás de novas atividades
Estabelecer metas e objetivos ajudam uma pessoa a ser mais produtiva, mas não impedem que esse indivíduo caia na rotina. Afinal, se você repete as mesmas prioridades ao longo do tempo, é natural que as coisas passem a parecer entendiante. Por isso, ir atrás de novidades é essencial para aproveitar melhor o seu tempo.
“Quando você segue a mesma rotina, dias, semanas e meses parecem se fundir em uma única coisa”, relatou Claudia Hammond, jornalista da BBC e autora do livro Time Warped: Unlocking the Mysteries of Time Perception (sem tradução no Brasil), ao Estadão em 2024. “É necessário ter uma gama variada de experiências ao decorrer da vida”, indica.
Não se esqueça de relembrar
Olhar para o passado para diminuir a sensação que o tempo está passando rápido demais pode não parecer óbvio, mas é extremamente funcional. “Muitas vezes, sentimos que o ano passou voando, mas quando começamos a relembrar tudo o que aconteceu, vemos que as coisas não passaram tão rápido”, afirmou Cravo.
Por isso, registrar a passagem do tempo é uma ótima dica para quem quer valorizar mais as experiências vividas. A tecnologia pode auxiliar nesse processo, com aplicativos capazes de registrar atividades culturais como filmes vistos, livros lidos, músicas escutadas, entre outras. Assim, é possível relembrar momentos específicos ao longo do ano.
Faça um ‘jejum de dopamina’
Seja no transporte público, na fila de um consultório ou no banheiro, o celular se tornou um dos melhores amigos do ser humano quando o assunto é tédio. A nossa incapacidade de passar alguns minutos desconectados, no entanto, está prejudicando nossa percepção temporal.
As redes sociais foram feitas para preencher os momentos vazios da nossa rotina, mas isso nem sempre é saudável. O ócio, tão odiado por quem acha que a vida passa rápido demais, é importante para a nossa percepção temporal. Com informações do portal Estadão.
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