Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025

Home Brasil O vice-presidente Geraldo Alckmin recebe o principal representante da Embaixada americana no Brasil, um dia após início do tarifaço

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Nessa quinta-feira (7), um dia após entrar em vigor a tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre uma série de produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reuniu-se com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar.

O encontro foi realizado na sede do Ministério, em Brasília, de acordo com informação confirmada pela própria representação diplomática norte-americana – com a ressalva de que não divulga o conteúdo de conversas privadas. Atualmente, Escobar é o mais alto representante do governo daquele país, enquanto um novo embaixador ainda não foi formalmente indicado por Trump.

A sobretaxa imposta por Trump atinge 35,9% das exportações brasileiras aos Estados Unidos, segundo estimativas do MDIC. Embora alguns itens estratégicos – como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e fertilizantes – tenham sido poupados, produtos como carne e café (dois dos principais itens do agronegócio nacional) acabram incluídos na medida.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou que o Brasil está aberto à negociação, mas rejeita qualquer submissão ao governo norte-americano. Ele também afastou, por ora, a possibilidade de retaliação comercial, alegando que o Brasil não pretende adotar o “mesmo comportamento” do chefe da Casa Branca.

Plano de contingência

Diante da pressão de setores econômicos afetados, o governo elabora um plano de contingência para tentar minimizar os danos da medida, mas ainda não há uma data prevista para a divulgação das ações.

“Será um plano muito detalhado para começar a atender, sobretudo, aqueles que são pequenos e não têm alternativas à exportação para os Estados Unidos”, antecipou nesta semana o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “A maior preocupação é com o pequeno produtor”.

Ele também informou que o plano está pronto. O pacote prevê medidas de concessão de crédito às empresas mais impactadas pelo tarifaço; e aumento das compras governamentais.

Ainda de acordo com o ministro, as medidas focam na garantia da soberania nacional e da aplicação da lei da legislação brasileira pertinente ao caso: “O Executivo está zelando pelo interesse nacional”, disse ao reiterar pedido de uma união nacional que envolva empresários e governadores da oposição, uma vez que os Estados são afetados.

Nesse sentido, o ministro cobrou dos governadores que cumpram as prerrogativas do cargo, no sentido de defender os interesses de seus estados. Para Haddad, o mesmo vale para o empresariado: “Precisam ligar para a oposição e pedir que parem de atrapalhar o País”.

Ele finalizou: “Somos o único país do mundo que tem uma força política interna em Washington trabalhando contra o interesse nacional. Tem algum indiano fazendo isso? Tem algum chinês fazendo isso? Tem algum russo fazendo isso? Tem algum europeu fazendo isso? Não. Temos de botar o dedo nessa ferida de uma vez por todas”.

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