Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Home em foco Obrigatoriedade de vacina de distanciamento derrubam casos da variante delta nos Estados Unidos

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Depois de uma elevação brutal durante o verão (Hemisfério Norte), ocasionada pela altamente contagiosa variante Delta, o coronavírus está recuando novamente nos Estados Unidos. O país está registrando aproximadamente 90 mil novos casos de covid-19 diariamente, uma queda de mais de 40% em relação a agosto. Hospitalizações e mortes também estão em queda.

A crise não acabou em todas as regiões, a situação no Alasca é particularmente grave, mas nacionalmente essa tendência é evidente, o que aumenta a esperança de que o pior finalmente tenha passado. De novo.

Nos dois anos recentes, a pandemia devastou o país em ondas que inundaram hospitais e depois retrocederam, retornando quando os americanos baixavam a guarda. É difícil esclarecer as razões pelas quais o vírus declina e flui dessa maneira — e ainda mais difícil prever o futuro.

Mas conforme o inverno (Norte) se aproxima, há várias razões para otimismo. Cerca de 70% dos adultos completaram o ciclo vacinal, e muitas crianças com menos de 12 anos deverão se tornar qualificáveis para se vacinar em uma questão de semanas. Agências reguladoras federais logo autorizarão a primeira pílula antiviral contra covid-19.

“Definitivamente, sem dúvida nenhuma, estamos em um ponto muito melhor neste ano do que no ano passado”, afirmou a médica Nahid Bhadelia, diretora do Centro para Políticas e Pesquisas de Doenças Infecciosas Emergentes da Universidade de Boston.

Mas a pandemia ainda não acabou, alertaram cientistas. Cerca de 2 mil americanos ainda morrem todos os dias de covid-19, e outra onda nos próximos meses é possível. Dada a quantidade de americanos não vacinados e tudo o que ainda não se sabe, é cedo demais para abandonar precauções básicas, afirmaram cientistas.

“Fizemos isso repetidamente, abrimos a guarda cedo demais”, afirmou Bhadelia. “Temos de ser um pouco mais cautelosos para conseguirmos vencer.”

Achatando a curva

Quando a primeira onda de covid-19 atingiu os EUA, no início de 2020, não existia vacina contra o coronavírus, e essencialmente ninguém estava imune. A única maneira de achatar a acentuada curva era mudar o comportamento individual.

Foi isso que a primeira rodada de ordens para ficar em casa, fechar de comércios e empresas, usar máscaras e banir grandes aglomerações pretendeu fazer. Ainda há debate a respeito de quais dessas medidas foram mais eficientes, mas numerosos estudos sugerem que, coletivamente, isso fez diferença, mantendo as pessoas em casa e refreando o aumento no número de casos.

Essas políticas, combinadas com o distanciamento social voluntário, muito provavelmente ajudaram a debelar as ondas iniciais, afirmaram cientistas. “E quando as restrições eram suspensas, talvez as memórias se apagassem”, afirmou Jennifer Nuzzo, epidemiologista da Universidade Johns Hopkins.

Por fim, o número de casos aumentava outra vez, e padrões similares se apresentavam. Comércios e governos locais restabeleciam restrições, enquanto as pessoas que tinham começado a se aventurar novamente no mundo voltavam a ficar em casa e usar máscara em público.

Durante a onda do inverno recente, por exemplo, a porcentagem de americanos que relataram ter ido a bares, restaurantes ou grandes eventos declinou, de acordo com a Pesquisa Tendências e Impactos da Covid-19 nos EUA, que entrevistou diariamente cerca de 44 mil usuários do Facebook desde abril de 2020. “A curva é moldada pela consciência do público”, afirmou Nuzzo. “É como se estivéssemos tropeçando entre a crise e a complacência.”

A variante delta chegou em um período de profunda fadiga em relação à pandemia, um momento em que muitos americanos já vacinados sentiam que podiam finalmente relaxar. Dados sugerem que a nova cepa ocasionou menos mudanças comportamentais profundas do que as ondas anteriores de infecção.

Imunidade crescente

Mudanças comportamentais são uma maneira temporária e imediata de baixar o número de casos. Mas apenas por meio da imunidade a pandemia acabará verdadeiramente.

A onda da variante Delta foi a primeira a ocorrer em larga escala, nacionalmente, depois de as vacinas serem disponibilizadas de maneira ampla, protegendo substancialmente muitos adultos contra o vírus (também é provável que a Delta tenha feito mais americanos se vacinar).

Ao mesmo tempo, a variante é tão infecciosa que se espalhou rapidamente entre populações vulneráveis, imunizando naturalmente muitos americanos que não se vacinaram.

Apesar de nem vacinações nem infecções anteriores propiciarem proteção completa contra o vírus, ambas reduzem dramaticamente as chances de contrair o vírus. Então, a partir de setembro, ficou muito mais difícil para o vírus encontrar hospedeiros amigáveis.

O fato de o número de casos estar em queda não significa que o país tenha atingido imunidade de rebanho, uma meta que muitos cientistas agora creem ser inatingível. Mas os crescentes índices de vacinação e infecções combinados com mudanças de comportamento menores podem ter sido suficientes para pôr fim a essa onda.

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