Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025

Home em foco ONU alerta que mudanças climáticas ameaçam 118 milhões de pessoas na África

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Mais de 100 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza estão ameaçadas pela aceleração do aquecimento global na África, onde as poucas geleiras existentes desapareceriam até 2040, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19).

Em um relatório sobre o estado do clima da África em 2020, divulgado menos de duas semanas antes da abertura da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) em Glasgow, na Escócia, a ONU adverte sobre a vulnerabilidade desproporcional da África e enfatiza que a mudança climática contribuiu para o aumento da insegurança alimentar, da pobreza e do deslocamento populacional no continente no ano passado.

“Até 2030, estima-se que até 118 milhões de pessoas extremamente pobres — isto é, vivendo com menos de US$ 1,90 (R$ 10,50) por dia — estarão expostas à seca, a enchentes e calor extremo na África se não forem implementadas medidas adequadas de resposta”, disse a comissária para Economia Rural e Agricultura da União Africana, Josefa Leonel Correia Sacko, no prefácio do relatório.

“Na África Subsaariana, a mudança climática poderia reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) em até 3% até 2050”, acrescentou.

O relatório é um esforço colaborativo da Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Comissão da União Africana, da Comissão Econômica para a África (ECA, em inglês) através do Centro Africano de Políticas Climáticas, organizações científicas internacionais e regionais e agências da ONU.

“Durante 2020, os indicadores climáticos na África se caracterizaram por crescimento contínuo da temperatura, aumento acelerado do nível do mar, condições climáticas e eventos climáticos extremos, tais como inundações, deslizamentos de terra e secas, e impactos devastadores relacionados a essas situações”, explicou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, no texto.

“O rápido encolhimento das últimas geleiras na África Oriental, que devem derreter completamente no futuro próximo, adverte sobre a ameaça de mudanças iminentes e irreversíveis no sistema terrestre”, disse ele.

Tendência

Em 2020, a África aqueceu a um ritmo mais rápido do que a temperatura média global. O ano passado foi entre o terceiro e o oitavo ano mais quente de registro na África, de acordo com o relatório. A tendência de aquecimento de 30 anos para o período de 1991 a 2020 foi maior do que a tendência de 1961 a 1990 em todas as sub-regiões africanas e consideravelmente maior do que a tendência de 1931 a 1960.

As taxas de elevação do nível do mar ao longo das costas dos oceanos Atlântico e Índico também são mais altas do que a taxa média global.

Quanto às geleiras africanas, que são muito pequenas para desempenhar um papel importante como reservatórios de água, mas são de grande importância turística e científica, suas taxas atuais de retrocesso são mais altas do que a média global. Segundo a OMM, se esta tendência continuar, “ocorrerá uma deglaciação total até os anos 2040”.

Apenas três montanhas na África são cobertas por geleiras: o Monte Quênia (Quênia), as Montanhas Rwenzori (Uganda) e o Monte Kilimanjaro (Tanzânia).

Para se preparar para a intensificação de eventos climáticos severos, a OMM pede que a África invista em infraestrutura hidrometeorológica e em sistemas de alerta precoce.

A OMM estima que a rápida implementação de estratégias de adaptação africanas estimulará o desenvolvimento econômico e gerará mais empregos para apoiar a recuperação econômica da pandemia da Covid-19 e contribuirá para a “recuperação sustentável e ecológica” do continente.

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