Sábado, 27 de Dezembro de 2025

Home Brasil Oposição dividida ajuda Lula, afirma governador da Bahia sobre eleições de 2026

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Jerônimo Rodrigues (PT) completa seu terceiro ano à frente do Governo da Bahia em uma encruzilhada. Conseguiu consolidar um grupo político forte, que detém a maioria das prefeituras do estado, mas aparece em pesquisa atrás de seu principal adversário, ACM Neto (União Brasil).

Segundo levantamento da Quaest divulgado em agosto, o ex-prefeito tinha 41%, contra 34% do governador.

Em entrevista, Jerônimo minimiza os números, afirmando que, enquanto a oposição “ganha na pesquisa”, seu grupo político “ganha nas urnas”. Destaca a importância de Lula como cabo eleitoral e diz ver o presidente em situação mais confortável do que na eleição de 2022.

Sobre a segurança pública, um dos temas mais críticos de sua gestão, defende um “braço forte” do Estado contra o crime organizado, mas ressalta que isso não significa aval para a polícia matar.

A letalidade policial caiu em 2024, mas a Bahia lidera os indicadores absolutos entre os estados, com 1.370 mortes em ações policiais entre janeiro e outubro de 2025. Para reduzir os indicadores, o governador sinalizou ampliar uso de câmeras corporais pelas tropas.

Confira trechos da entrevista.

O sr. chega a três anos de mandato com um grupo político forte, mas atrás de seu adversário nas pesquisas. É candidato à reeleição?

Sou pré-candidato. Não tem nenhum outro nome posto no nosso grupo. Ouço, às vezes, alguns comentários sobre Rui [Costa] e não tem nada disso. Sobre as pesquisas, claro que a gente se preocupa, é natural. Mas meu foco é cumprir meus quatro anos acertando ao máximo. Tive uma trajetória muito dura. Essa trajetória é muito orientadora das minhas decisões.

Jaques Wagner e Rui Costa viviam um cenário mais confortável que o sr. quando disputaram reeleição em 2010 e 2018. O que mudou?

Estavam [mais confortáveis] em relação às pesquisas. Mas tenho outra pesquisa que faço diariamente, que é, por exemplo, a quantidade de lideranças políticas ou de prefeitos. Eu vou trabalhar até o último dia para poder fazer minhas entregas e reverter as pesquisas. Enquanto eles [oposição] ganham na pesquisa, eu ganho nas urnas.

Em 2026, o sr. vai precisar de Lula ou o presidente vai precisar do sr. para manter a frente de votos que ele teve na Bahia?

Eu preciso do Lula, e muito, e Lula precisa do nosso grupo. Quando precisou da Bahia, Lula estava fora do governo. Mas Lula hoje é presidente e tem possibilidade de entrar no [eleitorado] do Norte, de São Paulo, com mais força. Existe um ambiente muito mais confortável do que em 2022. Tenho que fazer o meu trabalho. Wagner e o Rui enfrentaram representantes do carlismo. Estou enfrentando o herdeiro do carlismo.

Jaques Wagner e Rui Costa querem concorrer ao Senado. Como viabilizar uma chapa pura sem uma crise com o PSD e o senador Angelo Coronel?

Temos três bons nomes. Tenho conversado muito com os partidos para a gente montar uma chapa que tenha competitividade e ajudar a reeleger Lula. Para aumentar a bancada federal e na Assembleia. A nossa aliança é de ganha-ganha. Meu desafio é fazer com que os partidos de nossa base não saiam machucados. A gente não conversa pelas costas, mas olhando nos olhos. E compensando quando é possível compensar.

O sr. já tem as compensações?
Estamos construindo. Temos até março, é tempo suficiente para encontrar uma saída. Nós temos que garantir que esse Congresso possa ter deputados federais que honrem o lugar nosso da política. Não levem para aquela Casa interesses pessoais, mas discutam temas nacionais como o combate à fome, moradia e segurança.

Acha que o atual Congresso falha no debate dos temas nacionais?
Um Congresso, ou parte dele, que busca construir um ambiente de proteção para deputados é muito ruim. É um Congresso precisa proteger aqueles que praticam erros, que tem ligações com crime organizado. Não tem que ter privilégio, quem tiver com interesse de errar, contrate um bom advogado.

Como vê a candidatura do Flávio Bolsonaro à Presidência?
Quem tem que bater cabeça para se organizar são eles. O bolsonarismo criou um ambiente deselegante na política, imaturo, fazendo da disputa mesquinha. Mas qualquer divisão no campo da oposição ajuda. [A escolha de Flávio] mostra como eles fazem política. Resolve por decisão do ex-presidente, o condenado, e anuncia sem dialogar com a base.

A Bahia reduziu as mortes violentas em 2024, mas vive um avanço das facções criminosas nas comunidades com extorsões e domínio ilegal de serviços. Como enfrentá-las?
Temos que fazer muito. Esse não é um debate de esquerda e da direita, a gente precisa de sistema na segurança pública como tem na saúde, que envolva estados, prefeituras e União. Tem que botar orçamento, aumentar o orçamento para a gente para dividir essa conta. Todo mundo sabe, a Bahia não tem indústria de armas. As armas chegam aqui. A Bahia não tem essa quantidade de laboratório de produção de drogas. Vem de fora. Com informações da Folha de São Paulo.

 

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Jerônimo Rodrigues (PT) completa seu terceiro ano à frente do Governo da Bahia em uma encruzilhada. Conseguiu consolidar um grupo político forte, que detém a maioria das prefeituras do estado, mas aparece em pesquisa atrás de seu principal adversário, ACM Neto (União Brasil).

Segundo levantamento da Quaest divulgado em agosto, o ex-prefeito tinha 41%, contra 34% do governador.

Em entrevista, Jerônimo minimiza os números, afirmando que, enquanto a oposição “ganha na pesquisa”, seu grupo político “ganha nas urnas”. Destaca a importância de Lula como cabo eleitoral e diz ver o presidente em situação mais confortável do que na eleição de 2022.

Sobre a segurança pública, um dos temas mais críticos de sua gestão, defende um “braço forte” do Estado contra o crime organizado, mas ressalta que isso não significa aval para a polícia matar.

A letalidade policial caiu em 2024, mas a Bahia lidera os indicadores absolutos entre os estados, com 1.370 mortes em ações policiais entre janeiro e outubro de 2025. Para reduzir os indicadores, o governador sinalizou ampliar uso de câmeras corporais pelas tropas.

Confira trechos da entrevista.

O sr. chega a três anos de mandato com um grupo político forte, mas atrás de seu adversário nas pesquisas. É candidato à reeleição?

Sou pré-candidato. Não tem nenhum outro nome posto no nosso grupo. Ouço, às vezes, alguns comentários sobre Rui [Costa] e não tem nada disso. Sobre as pesquisas, claro que a gente se preocupa, é natural. Mas meu foco é cumprir meus quatro anos acertando ao máximo. Tive uma trajetória muito dura. Essa trajetória é muito orientadora das minhas decisões.

Jaques Wagner e Rui Costa viviam um cenário mais confortável que o sr. quando disputaram reeleição em 2010 e 2018. O que mudou?

Estavam [mais confortáveis] em relação às pesquisas. Mas tenho outra pesquisa que faço diariamente, que é, por exemplo, a quantidade de lideranças políticas ou de prefeitos. Eu vou trabalhar até o último dia para poder fazer minhas entregas e reverter as pesquisas. Enquanto eles [oposição] ganham na pesquisa, eu ganho nas urnas.

Em 2026, o sr. vai precisar de Lula ou o presidente vai precisar do sr. para manter a frente de votos que ele teve na Bahia?

Eu preciso do Lula, e muito, e Lula precisa do nosso grupo. Quando precisou da Bahia, Lula estava fora do governo. Mas Lula hoje é presidente e tem possibilidade de entrar no [eleitorado] do Norte, de São Paulo, com mais força. Existe um ambiente muito mais confortável do que em 2022. Tenho que fazer o meu trabalho. Wagner e o Rui enfrentaram representantes do carlismo. Estou enfrentando o herdeiro do carlismo.

Jaques Wagner e Rui Costa querem concorrer ao Senado. Como viabilizar uma chapa pura sem uma crise com o PSD e o senador Angelo Coronel?

Temos três bons nomes. Tenho conversado muito com os partidos para a gente montar uma chapa que tenha competitividade e ajudar a reeleger Lula. Para aumentar a bancada federal e na Assembleia. A nossa aliança é de ganha-ganha. Meu desafio é fazer com que os partidos de nossa base não saiam machucados. A gente não conversa pelas costas, mas olhando nos olhos. E compensando quando é possível compensar.

O sr. já tem as compensações?
Estamos construindo. Temos até março, é tempo suficiente para encontrar uma saída. Nós temos que garantir que esse Congresso possa ter deputados federais que honrem o lugar nosso da política. Não levem para aquela Casa interesses pessoais, mas discutam temas nacionais como o combate à fome, moradia e segurança.

Acha que o atual Congresso falha no debate dos temas nacionais?
Um Congresso, ou parte dele, que busca construir um ambiente de proteção para deputados é muito ruim. É um Congresso precisa proteger aqueles que praticam erros, que tem ligações com crime organizado. Não tem que ter privilégio, quem tiver com interesse de errar, contrate um bom advogado.

Como vê a candidatura do Flávio Bolsonaro à Presidência?
Quem tem que bater cabeça para se organizar são eles. O bolsonarismo criou um ambiente deselegante na política, imaturo, fazendo da disputa mesquinha. Mas qualquer divisão no campo da oposição ajuda. [A escolha de Flávio] mostra como eles fazem política. Resolve por decisão do ex-presidente, o condenado, e anuncia sem dialogar com a base.

A Bahia reduziu as mortes violentas em 2024, mas vive um avanço das facções criminosas nas comunidades com extorsões e domínio ilegal de serviços. Como enfrentá-las?
Temos que fazer muito. Esse não é um debate de esquerda e da direita, a gente precisa de sistema na segurança pública como tem na saúde, que envolva estados, prefeituras e União. Tem que botar orçamento, aumentar o orçamento para a gente para dividir essa conta. Todo mundo sabe, a Bahia não tem indústria de armas. As armas chegam aqui. A Bahia não tem essa quantidade de laboratório de produção de drogas. Vem de fora. Com informações da Folha de São Paulo.

 

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