Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de outubro de 2022
Nas últimas semanas, 66 mortes de crianças pequenas foram registradas na Gâmbia e podem ter relação com o uso de xarope para tosse e resfriado que estavam contaminados — os compostos continham, de forma irregular, produto tóxico também encontrado nos petiscos que causaram intoxicação de cachorros no Brasil, o etilenoglicol. As investigações ainda estão em andamento, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta o recolhimento dos produtos do mercado e emitiu um alerta internacional sobre o caso.
Apesar do alerta internacional sobre o xarope para tosse, os produtos contaminados com dietilenoglicol e etilenoglicol foram comercializados somente na Gâmbia. “Até a presente data, estes quatro produtos foram identificados na Gâmbia, mas podem ter sido distribuídos, através de mercados informais, para outros países ou regiões”, explica a OMS, em comunicado.
A produção dos produtos para tosse e gripe em investigação é realizada pela Maiden Pharmaceuticals, com sede em Nova Delhi, na Índia. Só que, aparentemente, os quatro xaropes notificados também não eram vendidos no país de origem.
Após casos de lesões renais em crianças e mais de 60 mortes possivelmente associadas com alguns produtos para tosse e resfriado, a OMS emitiu alerta internacional sobre os seguintes xaropes, produzidos pela Maiden Pharmaceuticals:
— Promethazine Oral Solution;
— Kofexmalin Baby Cough Syrup;
— Makoff Baby Cough Syrup;
— Magrip N Cold Syrup.
De acordo com a OMS, “a análise laboratorial de amostras de cada um dos quatro produtos confirma que eles contêm quantidades inaceitáveis de dietilenoglicol e etilenoglicol como contaminantes”. Para o organismo humano, os dois compostos são tóxicos e podem ser fatais. Ainda não se sabe quais lotes estariam contaminados pelos compostos.
Quando o dietilenoglicol e etilenoglicol são ingeridos, tanto crianças quanto adultos podem relatar os seguintes sintomas:
— Dor abdominal;
— Vômitos;
— Diarreia;
— Incapacidade de urinar;
— Dor de cabeça;
— Alterações do estado mental;
— Lesão renal aguda que pode levar à morte.
Diante do caso, a OMS “solicita maior vigilância e diligência nas cadeias de suprimentos de países e regiões que possam ser afetados por esses produtos. Aconselha-se também uma vigilância acrescida ao mercado informal e não regulamentado”.
Vale lembrar que, recentemente, o Brasil registrou casos de contaminação por etilenoglicol, mas as vítimas foram cachorros. Na produção de petiscos, foi usado propilenoglicol — um aditivo alimentar permitido para alimentos de consumo humano e animal que estava — contaminado com etilenoglicol. Para muitos animais, as intoxicações foram fatais.