Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2025

Home em foco Os dilemas de aliados de Jair Bolsonaro sobre o momento certo do retorno ao Brasil

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O escândalo das joias sauditas de R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal com auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro produziu um efeito inesperado: se antes os aliados o pressionavam para voltar o quanto antes ao Brasil, agora eles se dividem sobre o melhor momento para o retorno. Bolsonaro está há 70 dias nos Estados Unidos.

“Tem justificativa pra tudo que é lado, pra ele vir ou ficar lá. Só quem vai decidir é ele (Bolsonaro). Minha posição é a dele”, afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O filho “zero um” disse esperar que o pai retorne até abril.

Na última terça-feira (7), Flávio anunciou em suas redes sociais o retorno de Bolsonaro ao Brasil para o dia 15 de março, acompanhado de uma imagem do pai com a faixa presidencial e a frase “Bolsonaro vem aí”. Depois, apagou a mensagem, alegando que a data não havia sido “confirmada ainda”.

Àquela altura, bolsonaristas vinham compartilhando nas redes sociais publicações também divulgando a data e convocando os apoiadores para uma mobilização no aeroporto de Brasília.

“Eu apaguei porque ele (Bolsonaro) não tinha confirmado… Eu postei sem ele ter confirmado. Aí ele falou, ‘Olha, mudei, vou ficar mais tempo, porque tenho de fazer mais coisas aqui, tenho mais gente para encontrar. Quando tiver a data, eu vou informar, vou deixar público’. Não deve demorar. Espero que até abril ele esteja de volta. Essa é a minha torcida”, afirmou Flávio.

Oportunidade

Uma das preocupações de aliados de Bolsonaro é ele perder o timing para se consolidar como principal voz de oposição ao presidente Lula, reagrupar a base aliada e tentar recuperar o capital político, desgastado após os atentados de 8 de janeiro e o escândalo das joias sauditas.

É o que gostaria, por exemplo, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que já condicionou o pagamento de salário ao ex-presidente ao seu retorno ao País.

Integrantes da equipe jurídica do PL também concordam que o retorno de Bolsonaro seria um passo importante para acertar a estratégia frente às diferentes investigações que estão fechando o cerco contra o ex-presidente em diversas esferas, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF).

O retorno imediato ainda serviria para dar aceno à militância, que, em grande parte, se sentiu abandonada e traída após Bolsonaro arrumar as malas e partir para os Estados Unidos, enquanto milhares de apoiadores enfrentavam dificuldades acampados na porta dos quartéis para cobrar uma intervenção militar e tentar impedir a posse de Lula.

Efeito contrário

Outra ala, no entanto, faz uma avaliação oposta, e acha que Bolsonaro tem a fazer é ficar o maior tempo possível no exterior, por avaliar que já há problemas demais por aqui – e que sua presença pode produzir o efeito contrário ao esperado.

“Tem muita gente falando que tem de ficar lá porque vindo pra cá a imprensa não vai deixá-lo em paz”, relata Flávio Bolsonaro, que se tornou uma espécie de para-raios dos parlamentares de direita que não conseguem acesso direto ao pai dele. “Dizem que ele vai ser o bode expiatório. Ao invés de noticiarem toda a catástrofe do governo Lula, vão ficar falando de Bolsonaro.”

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