Sábado, 23 de Agosto de 2025

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Se há algo que causa estranheza na pesquisa do Datafolha da semana passada, é o percentual de entrevistados que botam a culpa em Lula pelo tarifaço de Trump: 37 por cento. Ora , isto é completamente insensato. Lula deve ter – e tem – culpas em cartório. Mas definitivamente não está.

Deve ser o percentual do eleitorado que é anti Lula. Mas mesmo para quem deteste Lula não parece razoável responsabilizá-lo por uma decisão que em nada serve ao Brasil e em nada lhe serve. Acusam o presidente de muita coisa, mas não o chamam de louco, e ele não rasga dinheiro.

Faz mais sentido , na hora de buscar quem provocou o imbróglio do tarifaço, atribuir ao menos parcela da culpa ao bolsonarismo, e aos seus dois embaixadores na América, o deputado Eduardo Bolsonaro e o influencer Paulo Figueiredo, que vem a ver neto do último presidente do regime militar, general João Figueiredo.

A dupla Bolsonaro Figueiredo dá expediente integral em Washington, valendo-se de suas relações com a direita americana, atuando com desenvoltura nos bastidores do governo Trump e detonando o governo Lula, o ministro Alexandre de Moraes e o próprio STF.

Claro, contam com a simpatia, e com a hostilidade previsível de um governo republicano radical, que não tem medida nem limite para promover distúrbios à ordem global, onde quer que algum interesse americano seja ameaçado ou contrariado.

Contam com a bússola avariada do presidente Trump, cujos métodos e ética de governo parecem copiados dos filmes e séries de gangster – com o detalhe de que, agora, o aparato de coerção não se exerce através de capangas violentos e metralhadoras, mas com o formidável arsenal de recursos de que dispõe o país mais poderoso do mundo.

Pergunta-se: como o povo americano elegeu o farsante, o canastrão, cuja palavra não vale um dólar furado, cuja imprevisibilidade atordoa até os seus aliados, cujo desprezo pelos instituições republicanas e pela democracia preside cada uma das suas ações tresloucadas, cuja ambição ilimitada e megalomania o leva a pensar que é o imperador do mundo?

Assim os dois personagens sinistros, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, empreenderam mais de 80 – é isso mesmo, mais de 80 –

ações e eventos, a maioria em Washington-DC, desde o início do governo Lula. Quem denuncia, com a habitual competência e credibilidade, é o jornal O Estado de S.Paulo.

O objetivo escrachado da dupla, que evidentemente não age sozinha, que tem no bolsonarismo aliados em todo o território nacional, é levar o governo dos EUA a encarar nosso país como inimigo dos direitos humanos, Alexandre de Moraes como ditador e o STF como vilão da democracia.

A ação metódica, sistêmica, quase diária de vilanias, junto à direita americana, calou fundo no governo direitista, não bastasse já a anterior predisposição contra qualquer país que ousasse questionar as obsessões, as idiossincrasias trumpistas.

O Brasil nunca foi alvo de crimes de lesa-pátria como os que vêm sendo praticados de forma vil, incessante e sistemática, por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo nos Estados Unidos.

Os quinta-colunas são os maiores culpados do tarifaço.

 

 

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