Domingo, 02 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 6 de novembro de 2022
O nome de Henrique Meirelles subiu na bolsa de apostas para o Ministério da Fazenda no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Pessoas próximas garantem que convite não aconteceu, mas especulações sobre o nome do ex-presidente do Banco Central ganham força. Membros da campanha de Lula, porém, admitem que cresceu a possibilidade de que o ministro da Fazenda seja um nome próximo ao mercado financeiro, graças ao resultado apertado nas urnas e a necessidade de aproximação com o Congresso Nacional. Segundo líderes petistas, três fatores ampliam nos bastidores as chances de Meirelles.
O primeiro é que trata de um político ligado ao mercado. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vinha repetindo aos seus aliados mais próximos que não abriria mão de ter na Fazenda um político. Com a aproximação da eleição, a reação positiva do mercado ao nome de Meirelles teria jogado a seu favor. Mas também não seria uma indicação meramente técnica. “Meirelles já é um político faz tempo”, afirmou um petista.
Há desvantagens na escolha de outros cotados. A ideia de que o indicado seria um político fez crescer as especulações em torno de nomes como Alexandre Padilha, Wellington Dias e até o vice Geraldo Alckmin. Padilha, na visão de alguns colegas de partido, tem a preferência de Lula para funções políticas ou para a Saúde. Dias já foi deslocado para cuidar da condução do Orçamento no Congresso. E Alckmin tem um problema maior: em caso de qualquer problema ou dificuldade na condução da política econômica, seria um desgaste enorme a demissão do vice. “Não dá para você demitir o vice, imagina o tamanho do problema?”, disse um petista à coluna.
O terceiro fator é ser fiel e cumprir demandas. Aliados de primeira hora do presidente eleito costumam repetir que ele terá mão firme na condução da Economia. Há quem afirme que “Lula será o ministro da Economia de fato”. Não seria o caso com Meirelles, dizem petistas. Ainda assim, a tese é que Lula faz questão de um nome que seja capaz de cumprir demandas. E Meirelles já demonstrou que sabe jogar o jogo. “E, em um cenário de independência do Banco Central, essa inteligência da máquina seria uma característica fundamental”, disse um aliado do presidente eleito.
Perfil
Henrique de Campos Meirelles (MDB) é um economista e político brasileiro, ex-ministro da Fazenda, ex-presidente do Banco Central e atual secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo. Candidatou-se à Presidência da República nas eleições de 2018 pelo MDB e obteve 1,2% dos votos, ficando na sétima posição no primeiro turno. Foi presidente internacional do BankBoston entre 1996 e 1999.
Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi presidente do Banco Central do Brasil. Assumiu o Ministério da Fazenda do governo de Michel Temer em 2016. Em 2019, assumiu a Secretaria da Fazenda e Planejamento do governo de João Doria, em São Paulo.