Quarta-feira, 21 de Maio de 2025

Home Política Pablo Marçal vira réu por colocar em risco a vida de 32 pessoas durante expedição

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A Justiça de São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público (MP) estadual e tornou réu Pablo Marçal (PRTB) por colocar em risco a vida de pelo menos 32 pessoas durante uma expedição ao Pico dos Marins, em Piquete (SP), em janeiro de 2022.

A decisão desta terça-feira (20) é assinada pela juíza Rafaela D’Assumpção Cardoso Glioche. No documento, a magistrada afirma que a investigação da polícia que acompanha a denúncia do Ministério Público apresenta elementos suficientes para a instauração do processo criminal.

Entre os elementos apontados na denúncia estão:

– Época crítica para expedição no Pico dos Marins;
– Condições climáticas adversas, com chuva, neblina e rajadas de ventos de 100 km/h;
– Roupas inapropriadas;
– Ausência de guias para orientação.

A juíza determinou que Marçal seja intimado da decisão e apresente resposta à acusação em um prazo de 10 dias. O influenciador poderá apontar provas e testemunhas que usará em sua defesa. A defesa de Marçal disse que ele tem “plena convicção de sua inocência”. Marçal foi denunciado 32 vezes com base no artigo 132 do Código Penal, que trata de “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.

O MP chegou a propor a possibilidade de transação penal – uma espécie de acordo para evitar a ação. E sugeriu o pagamento de R$ 272 mil – equivalente a 180 salários-mínimos -, que seriam destinados a uma entidade pública ou privada com destinação social.

Como não houve manifestação da defesa de Marçal nos autos, a juíza avaliou e decidiu aceitar a denúncia contra ele. Conforme a denúncia do MP, Marçal “desprezou a contraindicação dos guias e promoveu a subida ao Pico dos Marins mesmo com as advertências para recuar”. O objetivo do coach, de acordo com o órgão, era mostrar a importância de se correr riscos para vencer e prosperar na vida.

“Entretanto, na medida em que subiam a trilha rumo ao cume, a chuva aumentou, exsurgindo significativa neblina e vento forte, com pouca visibilidade, o que tornava o trajeto inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias, afora o risco de hipotermia (algumas pessoas estavam com as vestimentas encharcadas sem peças de troca)”, sustentou a promotoria.

Os advogados de defesa de Pablo Marçal informaram que ele recebeu a notícia de ter se tornado réu com “serenidade”, já que isso já era esperado por ele ter recusado a proposta de transação penal do MP. Segundo a defesa, Marçal recusou a proposta por ter “plena convicção de sua inocência”.

“Pablo Marçal reitera o seu compromisso com a verdade e com a justiça e confia firmemente que, no decorrer do processo, sua inocência será comprovada de forma inequívoca”, disseram os advogados de defesa do influenciador.

No documento, o MP cita que Marçal coordenou a expedição nos dias 4 e 5 de janeiro de 2022, em um período considerado crítico para a subida ao Pico e sob a alegação de que as pessoas precisavam encarar a escalada para vencer na vida.

Ainda de acordo com o MP, Marçal e seus seguidores saíram da base do Pico dos Marins em grupos distintos, mas, durante o trajeto, a chuva aumentou, além de neblina, vento forte e pouca visibilidade.

O documento prossegue apontando que os seguidores se reuniram próximo ao Morro do Careca e que Marçal apontou os próximos passos do grupo, sendo que um dos guias contratados por ele alertou que “era inviável prosseguir, advertindo-o dos riscos”.

“Contudo, o denunciado desdenhou dos avisos e chamou o guia de ‘covarde’, conclamando aos presentes que o seguissem (donde 32 pessoas atenderam tal chamado), expondo, assim, a vida e saúde de todos aqueles que o acompanharam a perigo direto e iminente (inclusive de morte)”, continuou a promotoria.

Alguns dos seguidores desistiram da ideia de tentar chegar ao cume e resolveram retornar à base do Pico dos Marins. No entanto, o grupo de 32 pessoas que resolveu seguir continuou enfrentando condições adversas, segundo o MP, como rajadas de ventos de 100 km/h e visibilidade de, no máximo, 10 metros.

Na madrugada do dia 5 de janeiro, por volta das 4h, um dos seguidores que prosseguiu na escalada resolveu pedir socorro e conseguiu contato via rádio com o guia que havia sido contratado por Marçal — e que foi chamado de “covarde” pelo empresário.

O Corpo de Bombeiros iniciou a procura pelo grupo por volta das 6h do dia 5 e, depois de cerca de duas horas de caminhada, os bombeiros encontraram o primeiro grupo — de 14 pessoas –, distantes a 1,5 km do cume do Pico dos Marins.

Segundo o MP, eles estavam “sem nenhum guia, com roupas inapropriadas para a travessia e encharcadas, parcialmente acampados fora da trilha do Pico dos Marins, os quais foram localizados pelos gritos, todos psicologicamente abalados”.

Esse grupo então desceu para a base com uma parte da equipe dos bombeiros, enquanto a outra equipe seguiu à procura do restante do grupo de Marçal — que foi localizado após 1 hora. As informações são do portal de notícias g1.

 

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