Segunda-feira, 14 de Julho de 2025

Home em foco Países da América Latina trabalham em plano conjunto de evacuação da Ucrânia

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Os países latino-americanos planejam em conjunto uma forma de ajudar seus cidadãos residentes na Ucrânia, por meio de um mecanismo de cooperação consular, enquanto aguardam a garantia das condições de segurança para uma evacuação, informou no sábado (26) a chancelaria da Argentina.

“O Ministério das Relações Exteriores (da Argentina) está trabalhando com as chancelarias do Chile, Brasil, Peru, Uruguai, Paraguai, México, Colômbia, Bolívia e Equador, articulando ações e trocando informações úteis, a fim de poder fornecer, nas circunstâncias atuais, a assistência consular que for necessária”, disse um comunicado.

A pasta acrescentou que “só haverá progresso na implementação de um plano de evacuação quando as condições de segurança no terreno puderem ser garantidas por meio de corredores seguros”.

A embaixada argentina em Kiev é uma das quatro sedes diplomáticas latino-americanas no país, segundo a nota.

A representação argentina destacou a importância de que seus cidadãos que estão na Ucrânia permaneçam em contato e com um canal aberto para o momento de realizar o plano de evacuação.

Também forneceu detalhes sobre todas as passagens de fronteira ativas para deixar a Ucrânia por terra e as atuais condições migratórias nos países de acolhimento.

 

Brasileiros

Brasileiros que estão na Ucrânia fizeram relatos sobre a situação na região após a invasão feita pela Rússia em território ucraniano na noite de quarta (23). Segundo embaixada do Brasil na Ucrânia, cerca de 500 brasileiros vivem no país; entre eles estão jogadores de futebol e profissionais de tecnologia da informação.

Em entrevista ao canal GloboNews, o estudante Rony de Moura informou que as “ruas estão cheias de gente procurando farmácias, mercados, bancos e lugares que as pessoas precisam comprar coisas pra sobreviver”.

“Você vê no semblante das pessoas um ar de preocupação, que nos últimos dias havia sumido. Mas agora é muito claro e um pouco assustador”, declarou.

“Acreditávamos que teria escalada. Mas agora mesmo parece surreal, parece pesadelo. A gente tinha combinado caso houvesse alguma coisa, que a gente voltaria ao Brasil. Eram apenas planos, mas agora a gente tem de fato que voltar”, afirmou Rony, que entrou em contato com a embaixada do Brasil na Ucrânia para iniciar o envio de documentações para registro.

“Os voos estão cancelados e a única maneira de sair é pelas fronteiras”, explicou.

Whalter Lang, que mora há 4 anos em Kiev, na capital da Ucrânia, também falou sobre o plano de retorno ao Brasil, enquanto toma algumas decisões familiares.

“Temos que ver essa questão [familiar], se vamos sair e como vai ser toda essa situação. Meu desejo seria, claro… a gente não tem aviões agora aqui, então sairia via terrestre. Pegaríamos um trem pra Polônia, que é a fronteira mais perto, e de lá pegaria avião para São Paulo, para o Brasil.”

Whalter ainda afirmou que, nos últimos dias, se preparou, de certa forma, para a invasão. “Nossos amigos aqui já tinham tomado algumas pré-medidas quanto a isso. Quem tinha carro, já tinha comprado gasolina extra, a gente já havia sacado um pouco de dinheiro em espécie, porque não se sabe se o sistema online vai funcionar. Mas já tínhamos nos preparado um pouco porque não tínhamos certeza que as tropas chegariam.”

“Dois dias atrás a gente fez uma mochila bem pequena mesmo, com documentação necessária, partes burocráticas e roupa, o menos possível, para um caso de super emergência que a gente precisasse sair.”

Segundo a baiana Iasmin Avhustovych, que mora na Ucrânia, os homens não podem sair do país, e aguardam a convocação pelo Exército, para o voluntariado no conflito armado. Casada com um ucraniano há seis meses, Iasmin tem 29 anos e mora na cidade de Terebovlya, região de Ternopil, no oeste do país.

“A guerra já começou para a gente. Meu marido achou melhor que eu fosse para a Polônia, ainda que eu não quisesse. Por enquanto, as notícias que temos é de ataque em todo o país, especialmente em áreas militares, e que as sirenes de emergência indicarão a necessidade de ir a uma base de proteção”, explicou.

“Estamos indo para a Polônia, porque eles ofereceram apoio nas fronteiras para refugiados. Meu marido ficou, pois todos os homens agora estão no aguardo da convocação.”

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