Domingo, 13 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de março de 2022
O papa Francisco citou a história de Caim e Abel em sua oração dessa quarta-feira (16), para se referir à situação da Rússia e da Ucrânia. Ele ainda pediu perdão pela morte e violência em território ucraniano.
“Senhor Jesus, nascido sob as bombas em Kiev”, “morto nos braços de sua mãe em um bunker em Kharkiv”, “enviado para o ‘front’ aos 20 anos, tenha piedade de nós”, disse o sumo pontífice, visivelmente emocionado, lendo a oração de um bispo italiano pela Ucrânia, no final de sua audiência geral semanal no Vaticano.
Francisco pediu desculpas em nome dos homens, que “continuam bebendo o sangue dos mortos destroçados pelas armas”, cujas mãos “criadas para proteger se transformaram em instrumentos de morte”.
O papa também “suplicou” a Deus que “detenha a mão de Caim”, pedindo perdão, “se continuarmos matando nosso irmão, se continuarmos como Caim, erguendo pedras da nossa terra para matar Abel” – uma referência ao personagem bíblico, primogênito de Adão e Eva, que matou seu irmão mais novo.
“Perdoe-nos se nossa dor legitima a brutalidade dos nossos atos”, prosseguiu o papa, diante dos fiéis reunidos no salão Paulo VI, muitos dos quais com bandeiras ucranianas.
No último domingo (13), o pontífice pediu “o fim do massacre” na Ucrânia, multiplicando seus apelos em favor da paz desde a invasão russa a este país, em 24 de fevereiro.
Líder ortodoxo
O patriarca Kirill, da Igreja Ortodoxa Russa, e o papa Francisco discutiram a guerra na Ucrânia nessa quarta, disse o gabinete de Kirill, o primeiro contato conhecido entre os dois líderes religiosos desde o início do conflito.
O Patriarcado de Moscou informou em um comunicado que os dois discutiram os “aspectos humanitários da crise em andamento” e a importância de prosseguir as negociações de paz.
Eles também debateram “que ações as igrejas ortodoxa russa e católica romana poderiam tomar para superar as consequências”, disse o lado russo.
Em seu informe da conversa, que ocorreu por meio de uma videoconferência, o Vaticano afirmou que o papa disse a Kirill: “Quem paga o preço da guerra são o povo, os soldados russos e as pessoas que são bombardeadas e morrem”.
Kirill, de 75 anos, aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, fez declarações defendendo as ações de Moscou na Ucrânia e vê a guerra como um baluarte contra um Ocidente que ele considera decadente, principalmente pela aceitação da homossexualidade.
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