Domingo, 11 de Maio de 2025

Home Mundo Papa da era digital: Leão XIV rebateu governo Trump e se posicionou sobre aborto, gênero e racismo nas redes sociais

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Embora Bento XVI tenha sido o primeiro Papa a tuitar na conta @Pontifex, em 2012, o Papa Leão XIV é o primeiro líder da Igreja Católica a ascender ao Trono de São Pedro com um histórico de declarações compartilhadas pelas redes sociais. Há 14 anos ativo no Twitter (atualmente X), o então cardeal Robert Provest escreveu cerca de 400 mensagens, nas quais expressou sua opinião sobre temas delicados: racismo, abusos sexuais pelo clero, pandemia, o caso George Floyd, a invasão da Ucrânia pela Rússia e até mesmo rebateu diretamente o vice-presidente americano, JD Vance.

Em fevereiro deste ano, o ainda cardeal usou de seu conhecimento teológico para rebater Vance, após uma declaração do republicano afirmando que os cristãos devem, primeiramente, amar suas famílias, depois seus vizinhos, depois os membros da sua comunidade e seus compatriotas.

“JD Vance se engana: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos demais”, escreveu Prevost, cujo comentário recebeu dezenas de milhares de curtidas — e alguns comentários em resposta, acusando-o de ser um defensor da “cultura woke”.

Não foi a única mensagem do atual Papa contra medidas defendidas pelo governo de Donald Trump. Em 14 de abril, ele republicou uma mensagem direcionando a um link com uma manifestação do bispo salvadorenho Evelio Menjivar-Ayala, em que o colega de clero questionava os acordos entre Trump e o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, para deportar imigrantes indocumentados dos Estados Unidos para o Centro de Confinamento por Terrorismo (Cecot).

Como era de se esperar para um clérigo que viveu durante décadas no Peru, a imigração é um tema importante para o novo Papa, que compartilhou críticas às políticas migratórias de Donald Trump desde a primeira passagem do republicano pela Casa Branca.

Ainda em junho de 2018, durante o primeiro governo Trump, ele retuitou as palavras do Cardeal Cupich, que afirmou que “não havia nada remotamente cristão, americano ou moralmente defensável em uma política que arranca crianças de seus pais e as mantém em gaiolas. Que isso esteja sendo feito em nosso nome é uma vergonha para todos nós”.

Em 2017, Prevost publicou em sua conta um artigo que dizia que os Estados Unidos viviam “uma época obscura” de sua história, devido à proibição de entrada de refugiados no país decretada por Trump em seu primeiro mandato.

Antirracista e contrário à pena de morte

O cardeal também se manifestou via rede social sobre a morte do americano George Floyd, homem negro assassinado por asfixia por um policial branco durante uma abordagem em Minnesota, em 2020. Ele pediu que seus companheiros da Igreja Católica se manifestassem.

“Precisamos ouvir mais os líderes da Igreja, rechaçar o racismo e buscar justiça”, escreveu Leão XIV, antes do papado.

Em 2014, Prevost mostrou-se contrário à pena de morte: “É inadmissível”, publicou no X, o que repetiu em entrevistas, missas e declarações públicas.

— Temos que ser sempre a favor da vida — disse, certa vez, a jornalistas peruanos.

Aborto, gênero e abusos na igreja

As mensagens compartilhadas por Leão XIV também oferecem um vislumbre de suas posições sobre questões espinhosas para a Igreja Católica, como aborto e gênero.

Em 28 de dezembro de 2017, ele compartilhou uma mensagem do Papa Francisco, na qual o então Pontífice pede para “rezar por todas as crianças que não podem nascer”. Em 21 de março de 2015, publicou uma mensagem repercutindo a Marcha pela Vida em Chiclayo, contra o aborto.

Sobre gênero, o cardeal compartilhou mensagens de tom crítico à diversidade, incluindo uma ACI Prensa sobre como “o Governo do Paraguai rejeita a ideologia de gênero: Família é pai, mãe e filhos” e uma entrevista com o então Arcebispo de Trujillo, Miguel Cabrejos, onde ele afirmou que essa ideologia “deforma homens e mulheres”.

Prevost também pediu ao Vaticano a expulsão de religiosos que tivessem abusado sexualmente de menores. “Se você é vítima de abusos sexuais por parte de um sacerdote, denuncie”, declarou neste mês ao jornal peruano La República.

Pandemia e meio ambiente

O ritmo das publicações de Prevost aumentou durante a pandemia, mas não se sabe se ele vai mantê-lo durante o seu pontificado. Em algumas, ele destacou a importância de manter o distanciamento social durante a pandemia da Covid-19.

Outro ponto que o novo Papa deixou claro é sua profunda preocupação com o meio ambiente e as consequências do uso excessivo do nosso planeta pela humanidade. Nesse sentido, ele se assemelha ao seu antecessor, o Papa Francisco, que em sua encíclica “Laudato Si” de 2015 enfatizou a importância de combater as mudanças climáticas e levar uma vida mais equilibrada não apenas como uma questão de sobrevivência, mas também como uma questão ética e espiritual. (Com AFP e El Comercio). As informações são do portal O Globo.

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