Domingo, 07 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 6 de dezembro de 2025
A indicação de Flávio Bolsonaro (PL) feita pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como candidato da direta à Presidência nas eleições do ano que vem é vista com ressalvas entre aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), até então o principal cotado para representar o campo conservador no pleito.
Para um cacique do MDB, a informação deve ser analisada com cautela e não como decisão final. Para ele, a escolha de Flávio pode ser uma estratégia para manter o nome da família Bolsonaro no jogo da definição da chapa de 2026.
Para o presidente de outro partido do Centrão, também ouvido sob reserva, a notícia é “péssima”, pois o senador Flávio Bolsonaro, além de “não ganhar a eleição, não une o centro” político.
O aliado de Tarcísio concorda que o aval de Bolsonaro a Flávio pode não ser definitivo, pois a “política é dinâmica”. Nessa argumentação, o anúncio seria um “balão de ensaio” para a família do ex-presidente marcar território.
É o mesmo entendimento de um secretário de Tarcísio no governo estadual, que afirmou ter tomado conhecimento do “ok” de Bolsonaro ao filho, mas acredita que o movimento seja mais de “manobras por espaços”.
O tema também repercutiu na oposição estadual. O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), que tenta se viabilizar na eleição pelo governo de São Paulo com apoio de Lula (PT), declarou que o bolsonarismo “abriu mão” de disputar a presidência da República ao escolher Flávio, por ser um nome com menos chances nas urnas, na sua avaliação.
—A disputa real vira para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais — diz ele, em referência aos pleitos estaduais.
Centrão neutro
Segundo apurou o portal O Globo, há um entendimento que Flávio não terá o apoio de partidos de centro, como União Brasil, PP, Republicanos e PSD, já que a avaliação predominante nessas legendas é de uma rejeição a qualquer candidatura que tenha o sobrenome Bolsonaro.
Um presidente de um desses partidos diz, em condição de anonimato, que a candidatura de Flávio não deixa muitas alternativas para os partidos de centro, e que agora o caminho mais provável é que alguns desses partidos fiquem neutros na eleição presidencial e foquem em fazer um grande número de deputados federais e senadores.
As legendas desejavam construir um acordo para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fosse o candidato ao Palácio do Planalto, mas agora tendem a abandonar essa ideia porque consideram quase impossível que Tarcísio se candidate sem o apoio do ex-presidente, de quem ele foi ministro e deve boa parte de seu capital político. Com informações do portal O Globo.