Sábado, 27 de Dezembro de 2025

Home Política Paraguai vai investigar se o documento usado por Silvinei Vasques em tentativa de fuga foi extraviado ou roubado

Compartilhe esta notícia:

O diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter, informou que o Ministério Público do Paraguai vai investigar se os documentos usados por Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram extraviados ou roubados. Ele foi preso no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, na madrugada dessa sexta-feira (26) enquanto tentava fugir para El Salvador.

Antes de embarcar, Silvinei foi pego tentando usar documentos paraguaios, como identidade e passaporte em nome de Julio Eduardo.

Kronawetter informou que durante comparativo de fotos, numeração e impressões digitais, se confirmou que eles não eram a mesma pessoa.

“Essa investigação vai continuar em relação ao passaporte que ele portava, para verificar se era um passaporte extraviado ou roubado. Essas são questões que serão investigadas pelo Ministério Público do Paraguai”, disse Kronawetter em entrevista.

“Além de ter ingressado de maneira irregular, ele também tentou usar uma identidade que não lhe correspondia, ou seja, são duas causas previstas na nossa lei migratória para proceder à expulsão. Então, como não existe mandado de prisão no Paraguai e não existe ordem de captura via Interpol, fica aberta a via administrativa para proceder à expulsão”, explicou Kronawetter.

Vasques estava em Santa Catarina quando rompeu a tornozeleira eletrônica. Assim que isso aconteceu, as autoridades brasileiras avisaram os países vizinhos, como Colômbia, Paraguai, Argentina.

Silvinei apresentou declaração de que tinha câncer na cabeça e não podia falar
Durante a abordagem, de acordo com o diretor, ele chegou a apresentar à polícia paraguaia uma declaração na qual afirmava que tinha câncer na cabeça e não podia falar. No documento, “Declaração Pessoal para Autoridades Aeroportuárias”, Silvinei afirmava: “Eu, a pessoa que apresenta este documento, informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave”.

“Tenho diagnóstico de Glioblastoma Multiforme – Grau IV, câncer localizado na cabeça (cérebro), doença oncológica de prognóstico grave, razão pela qual não posso me comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. Por esse motivo, não posso responder perguntas de forma falada”, prosseguia a declaração.

Na declaração que portava, Silvinei dizia que faria tratamento médico em El Salvador, seu destino final, segundo a Polícia Federal brasileira. Depois, Silvinei acabou confessando que os documentos não eram dele.

Em nota, a Fundação de Saúde Itaiguapy, administradora do Hospital Itamed, disse que o médico citado no documento não possui vínculo com a unidade.

“A Fundação de Saúde Itaiguapy, administradora do Hospital Itamed, vem a público esclarecer informações veiculadas recentemente envolvendo a suposta realização de tratamento oncológico pelo ex-diretor da PRF.

Esclarecemos que o médico citado na referida prescrição não possui vínculo com o Hospital Itamed, tampouco integra nosso corpo clínico. Inclusive, o número de CRM mencionado não corresponde a nenhum profissional atuante na instituição ou na cidade de Foz do Iguaçu.

Ressaltamos ainda que o documento apresentado como prescrição médica não pertence ao Hospital Itamed. Além de conter informações inconsistentes, o material utiliza a logomarca “Hospital Costa Cavalcanti”, denominação que não é mais utilizada desde 11 de dezembro de 2024, data oficial da mudança de marca da instituição para “Hospital Itamed”. Portanto, trata-se de um documento que não foi emitido nem validado pelo hospital.

Diante dos fatos, reforçamos que o Hospital Itamed não possui qualquer relação com o caso mencionado, sendo também vítima de possível fraude e uso indevido de sua imagem institucional.

O Hospital Itamed permanece à disposição das autoridades competentes para colaborar com os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a segurança da informação em todos os seus processos assistenciais e administrativos.”

Prisão preventiva

O ministro Alexandre de Moraes avaliou que as informações da Polícia Federal demonstram que Silvinei Vasques tentou fugir do País para driblar ordens judiciais. Em decisão nessa sexta, Moraes determinou a prisão preventiva do ex-diretor da PRF.

“As diligências in loco realizadas pela Polícia Federal no endereço residencial do réu Silvinei Vasques indicam a efetivação de sua fuga”, escreveu.

“O réu não se encontrava em seu apartamento no momento da diligência, em violação à medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno; estava utilizando veículo automotor alugado; esteve em seu endereço residencial até as 19h22min do dia 24/12/2025, quando não foi mais visto entrando ou saindo de carro; e carregou o veículo alugado com o seu animal de estimação e materiais para transporte de cachorro”, acrescentou Moraes.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Silvinei Vasques usurpou identidade de cidadão paraguaio para tentar fugir, diz diretor de migração do Paraguai
Silvinei Vasques foi visto pela última vez na véspera de Natal, e tornozeleira eletrônica ficou sem sinal no dia seguinte
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play
Ocultar
Fechar
Clique no botão acima para ouvir ao vivo
Volume

No Ar: Programa Pampa News