Quarta-feira, 21 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de maio de 2025
O Partido Liberal (PL) demitiu o advogado Fábio Wajngarten, que atuava como assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão partiu do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, após a divulgação de mensagens trocadas entre Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que envolviam comentários sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação foi divulgada pelo blog da jornalista Andréia Sadi, no G1.
Tanto Wajngarten quanto Valdemar Costa Neto não se pronunciaram publicamente sobre a demissão.
As mensagens fazem parte de um conjunto de cerca de 158 mil trocas via WhatsApp, incluídas em mais de 20 mil arquivos obtidos por autoridades durante investigações que envolvem Jair Bolsonaro. Trechos das conversas foram revelados pelo portal UOL, e mostram críticas internas e avaliações sobre o futuro político do ex-presidente e seus aliados.
Em uma das conversas, datada de janeiro de 2023, Mauro Cid ironiza a possibilidade de Michelle Bolsonaro se lançar como candidata à Presidência da República nas eleições de 2026: “Prefiro Lula”, escreveu. Ele ainda faz um alerta sobre os riscos de uma candidatura da ex-primeira-dama: “Cara, se dona Michelle tentar entrar para a política no cargo alto [presidência] ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja, né? Mas ela é cheia de personalidade e vão usar tudo contra para acabar com ela”, afirmou Cid em um áudio enviado a Wajngarten.
Wajngarten respondeu concordando com as críticas, afirmando que também não via Michelle como um nome viável para a disputa presidencial e que os próprios filhos de Bolsonaro, segundo ele, não apoiariam essa candidatura.
Nas mensagens, os dois discutem nomes que poderiam representar a direita em uma eventual sucessão, caso Bolsonaro permaneça inelegível devido aos processos judiciais que enfrenta. As conversas indicam uma preocupação crescente com o futuro político do ex-presidente e da base bolsonarista.
Além das críticas a Michelle, os diálogos entre Cid e Wajngarten abordam uma série de temas sensíveis para o entorno de Bolsonaro. Entre eles, estão as suspeitas sobre o uso dos cartões corporativos da Presidência, o escândalo das joias recebidas de presente por autoridades estrangeiras, a polêmica envolvendo o comprovante de vacinação de Bolsonaro e a preocupação com as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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