Sábado, 15 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 21 de setembro de 2025
Depois de anos sendo apontada como uma tecnologia capaz de transformar indústrias em todo o mundo, a inteligência artificial pode em breve chegar também aos corredores do poder — pelo menos se depender de um pequeno partido político no Japão.
O emergente Path to Rebirth (“Caminho para o Renascimento”) anunciou, no início da semana, planos para instalar um chatbot como seu “líder de IA”, após resultados eleitorais frustrantes levarem o fundador a abrir mão do comando.
O candidato humano Koki Okumura venceu a disputa pela liderança, mas o doutorando em pesquisa de inteligência artificial revelou, em coletiva de imprensa, que pretende adotar um modelo inusitado.
“O novo líder será a IA”, declarou o estudante de 25 anos da Universidade de Kyoto, que se apresentou como “assistente” do sistema. “O partido vai confiar a tomada de decisões à IA.”
Segundo Okumura, a representação será feita por um avatar em forma de pinguim, escolhido pela simpatia que esses animais despertam no Japão. A entidade virtual, no entanto, não poderá disputar eleições, já que a lei exige que candidatos sejam cidadãos japoneses.
“Legalmente, o representante precisa ser uma pessoa natural, então, formalmente, um humano serve como representante”, explicou. “Acredito que a IA tem potencial para alcançar resultados com mais precisão que os humanos. Essa abordagem permite considerar vozes muitas vezes ignoradas e criar um ambiente mais inclusivo para a participação política.”
Ainda não há prazo definido para que a iniciativa seja implementada, mas Okumura afirmou que um comitê preparatório já está em formação. A aparência definitiva do avatar em forma de pinguim também não foi divulgada.
O Path to Rebirth foi fundado em janeiro por Shinji Ishimaru, ex-prefeito de Akitakata, cidade de cerca de 26 mil habitantes no oeste do Japão. Ishimaru ganhou notoriedade ao ficar em segundo lugar na eleição para governador de Tóquio no ano passado, impulsionado por uma campanha online de grande alcance.
Ele deixou a liderança em agosto, após o partido não conquistar nenhuma cadeira, nem na assembleia local da capital nem na câmara alta nacional, apesar de ter concorrido a mais de 50 vagas no início deste ano.