Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 18 de junho de 2022
São mais de 40 anos de carreira solo. Paul McCartney completa 80 anos de idade nesse sábado (18) mais conhecido por seu trabalho nos Beatles, mas há também hits solo, é claro.
Veja a seguir uma seleção de alguns dos álbuns essenciais na discografia do cantor, que iniciou sua carreira solo em 1970, mesmo ano de dissolução dos Beatles.
McCartney (1970)
Ao mesmo tempo em que deixava os Beatles, Paul McCartney anunciava o lançamento deste que é seu primeiro álbum solo. É um disco quase acústico, caseiro, composto enquanto ainda fazia parte da ex-banda. Paul gravou todos os instrumentos, contando apenas com a participação da então esposa, Linda, em alguns vocais.
Uma produção charmosamente descuidada, com algumas faixas parecendo inacabadas. Entre os destaques estão “Every night”, a belíssima balada “Junk” (que reaparece em versão instrumental) e “Maybe I’m amazed”, que viria a ser um dos maiores sucessos de sua carreira. “Foi algo libertário para mim. Quis voltar ao básico. Soa muito honesto”, diria o cantor décadas mais tarde.
Ram (1971)
Com uma produção bem mais caprichada do que “McCartney”, o segundo disco é creditado como um projeto colaborativo entre o cantor e Linda.
Tem momentos suaves e delicados, como as faixas “Dear boy” e “The back seat of my car”, inspiradas nas complexas harmonizações vocais dos Beach Boys; e mais selvagens, como a esquisita “Monkberry moon delight”, o rockão “Smile away” e a ácida “Too many people”, cuja letra John Lennon julgou ter sido escrita para ele. Composto durante um período de isolamento em sua fazenda no interior da Escócia, “Ram” é considerado por muitos o melhor trabalho solo de Paul.
Band on the run (1973)
Da produção à capa, “Band on the run” é um clássico absoluto. É um dos mais vendidos e celebrados discos de Paul McCartney com o Wings, sua banda pós-Beatles formada em 1971. Foi parcialmente gravado em Lagos, cidade localizada no sudoeste da Nigéria, por sugestão do próprio McCartney.
A ideia excêntrica custou caro: dois dos músicos da banda pularam fora do projeto dias antes da viagem; durante um passeio, Paul e Linda foram assaltados e ameaçados de morte; e ainda tiveram que se explicar a artistas locais, que os acusaram de explorar e roubar elementos da música nigeriana.
Eclético, o disco vai do rock básico levado por guitarras (“Let me roll it”) a baladas adocicadas (“Bluebird”), passando por orquestrações (“Nineteen hundred and eighty five”) e momentos de psicodelia (“Band on the run”).
Wins over America (1976)
Primeiro registro ao vivo de Paul, foi gravado durante a bem-sucedida turnê do Wings pelos Estados Unidos. Lançado primeiramente como um álbum triplo, foi também a afirmação do cantor enquanto artista solo: apenas cinco canções dos Beatles foram incluídas no repertório, todas com os créditos “Lennon/McCartney” invertidos, uma mostra de que as diferenças com o ex-parceiro ainda não haviam sido superadas.
O restante do repertório foi extraído, em sua maioria, dos discos “Band on the run”, “Venus and Mars” e “Wings ate the speed of sound”, seus então últimos 3 álbuns. Acompanhado por uma competente banda (que incluía um naipe de metais), Paul mostra o imenso prazer que sente ao se apresentar ao vivo e justifica a grandiosidade daquela turnê com arranjos poderosos para “Live and let die” e para a avassaladora sequência de abertura, com “Venus and Mars”, “Rock Show” e “Jet”. Começava ali a “paulmania”.
Flaming pie (1997)
Paul volta às origens depois de um período excessivamente pop, marcado por trabalhos superproduzidos. Em “Flaming pie”, optou por utilizar seu estúdio caseiro e instrumentos predominantemente acústicos (gravou quase tudo sozinho). Também se cercou de amigos, como Jeff Lynne, Steve Miller, George Martin, Ringo Starr e do filho James, que toca guitarra na faixa “Heaven on a Sunday”.
Foi gravado no período em que Linda descobriu ter um câncer de mama — ela morreria vítima da doença no ano seguinte —, o que talvez tenha contribuído para o clima melancólico e nostálgico do trabalho. Algumas das canções, como “Calico skies” e “Little willow”, são dedicadas a ela.
Run devil run (1999)
Paul iria mais fundo ainda na nostalgia com este álbum de rock ‘n roll básico. No repertório, apenas covers de canções cativas em sua memória afetiva, todas originalmente gravadas nos anos 50. Para o projeto, recrutou uma superbanda, que incluiu mais uma vez o guitarrista do Pink Floyd, David Gilmour, e o baterista do Deep Purple, Ian Paice.
Apesar de quase sexagenário na época em que trabalhou no disco, Paul impressiona pelo vigor com que canta clássicos como “Blue jean bop”, “All shook up” e “Party”.
É um disco barulhento, gritado, onde McCartney parece exorcizar todo o sofrimento decorrente da morte de Linda, para poder seguir em frente com suas vidas pessoal e artística. “Run devil run” gerou um show no Cavern Club transmitido pela internet e transformado em DVD.
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