Segunda-feira, 14 de Julho de 2025

Home Música Paul McCartney conta que dissensos com John Lennon geraram músicas icônicas

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O cantor britânico Paul McCartney, 83, revelou que ele e seu falecido companheiro de banda, John Lennon, tinham abordagens radicalmente diferentes para criar música, e foi justamente essa diferença que alimentou a genialidade da dupla nos Beatles.

Em entrevista ao programa Sound Sources, da BBC Radio 3, o astro relembrou que sua curiosidade por novas técnicas sonoras o levou a experimentar com “loops de fita”, o que mais tarde influenciou diretamente trabalhos marcantes da banda de Liverpool.

“Comecei a pensar quando ouvi os loops de fita (usados para criar padrões musicais repetitivos e rítmicos): ‘Vou brincar com isso eu mesmo’. Então fiz isso com essas máquinas Brunel. Acabei comprando duas delas, o que me permitiu criar loops de fita, cortar um pedaço e juntá-lo, tipo usando um som de guitarra. Você faz ‘down, down, down, down, down’. E podia ir acrescentando. Na segunda vez, vinha bem certinho.”

McCartney acrescentou que nunca enxergou a música como trabalho. “As pessoas dizem: ‘Você trabalha demais com música’, eu respondo: ‘A gente não trabalha com música, a gente brinca com música’. A ideia para mim era só brincar nessas máquinas Brunel. Surgiu depois de ouvir Stockhausen [compositor alemão], de me inspirar nessa música e na ideia de experimentar por conta própria.”

O vencedor do Grammy explicou que esse espírito o levou a mostrar a técnica para Lennon. “Um dia estava mostrando isso para John e ele ficou fascinado. Eu disse: ‘Olha isso’. Porque a gente se instigava o tempo todo com as novidades. E ele falou: ‘Eu adoraria fazer isso’.”

McCartney então comprou duas máquinas para Lennon e o ensinou a fazer as montagens. Entretanto, apesar de usarem a mesma técnica, o resultado era bem diferente. McCartney preferia integrar experimentações sonoras dentro de estruturas mais tradicionais, enquanto Lennon abraçava o caos.

“A diferença entre mim e o John era que eu gostava de fazer de um jeito um pouco mais controlado, tipo em ‘Tomorrow Never Knows’. Eu gostava que aquilo funcionasse como um solo dentro da música. E ele criou uma faixa chamada ‘Revolution 9’. Nunca quis fazer um álbum só com essas ideias. Sempre quis colocá-las sobre uma base talvez mais musical, mais formal. E achava que esses elementos aparecendo ali era o som perfeito que eu queria ouvir.”

O artista acredita que esse tipo de experimentação pode causar surpresa, mas tem um poder estético forte. “Você não espera. Dá pra fazer algo aparentemente muito estranho com uma música e depois, ao ouvir, pensar ‘poxa, gostei disso’. É como arte abstrata… Nem tudo que a gente vê é claro ou figurativo. Às vezes, quando você está dormindo ou esfrega os olhos, vê algo abstrato. Sua mente entende isso. A gente conhece esse tipo de coisa. Então, com a música era igual.”

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