Terça-feira, 21 de Outubro de 2025

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Dois empresários foram presos suspeitos de financiar um plano da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar o promotor Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Campinas (SP).

Os presos são Maurício Silveira Zambaldi e José Ricardo Ramos, que atuam nos setores de comércio de veículos e transporte. Um deles foi detido no bairro Cambuí, região central de Campinas, e o outro no condomínio Alphaville, na mesma cidade.

Um terceiro mandado de prisão foi expedido. Segundo o MP, trata-se de Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, um dos chefes do PCC. Ele está foragido há anos e pode estar escondido na Bolívia, de onde continuaria comandando atividades criminosas.

Além das duas prisões, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira. A operação foi deflagrada pelo Gaeco de Campinas e pelo 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da metrópole.

Envolvidos

De acordo com o MP, três homens são suspeitos de planejar o assassinato do promotor Amauri Silveira Filho, do Gaeco:

* O empresário Maurício Silveira Zambaldi, conhecido como “Dragão”, associado ao PCC e dono da Dragão Motors e preso na operação desta sexta (29);

* José Ricardo Ramos, associado ao PCC e dono da JR Ramos Transportes e preso na operação desta sexta (29);

* Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Serginho Mijão”, um dos chefes do PCC, foragido.

Maurício é dono da loja de motos “Dragão Motors”, na Vila Joaquim Inácio, em Campinas, e tem 2,8 milhões de seguidores no Instagram. O estabelecimento era usado para fazer a lavagem de dinheiro do PCC.

De acordo com o MP, o namorado da filha de Maurício também foi apreendido para apurar se houve tentativa de obstrução da justiça, porque a equipe encontrou o celular dele quebrado sobre o telhado de um imóvel vizinho durante a operação.

José Ricardo Ramos é apontado como associado ao PCC e dono da JR Ramos Transportes. Ele tem passagem na polícia por homicídio qualificado, receptação e roubo majorado, sendo que cumpriu pena pelos dois últimos crimes até 2010.

Ele teria sido destacado para, ao menos, acompanhar a rotina do promotor e identificar os pontos de frequência habitual, para que o plano para matá-lo fosse executado. Ele também seria o responsável por obter carros blindados e contratar quem praticaria o crime.

Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, é um dos principais articuladores do plano. Um dos chefes do PCC, ele está entre os principais operadores do tráfico de drogas no país, segundo o MP.

Foragido há anos, pode estar escondido na Bolívia, de onde continuaria comandando atividades criminosas.

Promotor

O promotor Amauri Silveira Filho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP de Campinas, conduziu investigações sobre esquemas de corrupção em contratos públicos e policiais civis envolvidos com tráfico de drogas.

“A informação que chegou ao nosso conhecimento é que o objetivo desse atentado, dessa emboscada, seria, como já aconteceu no passado outras vezes, tumultuar a apuração dos fatos, desviar os olhares do Ministério Público, ou pelo menos, atrasar a investigação em andamento. E, na verdade, isso acaba efetivamente acontecendo, porque a gente teve que parar o trabalho que a gente estava fazendo, para executar o que a gente está fazendo hoje”, explicou o promotor do MP.

Descoberta

O promotor de Justiça Marcos Rioli, que atuou na operação desta sexta, informou que o plano foi descoberto na quarta-feira (27).

Os empresários teriam arquitetado o plano de assassinato para interromper investigações sobre os crimes cometidos pela facção, como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada.

O mesmo plano também tinha como objetivo assassinar o comandante de uma polícia de São Paulo, que não teve o nome e a função exata divulgados.

Segundo MP, Maurício foi um dos principais alvos investigados em operação que apura os crimes cometidos pela facção, realizada em fevereiro de 2025, e queria matar o promotor para ‘recuperar prestígio’ no crime.

O empresário teria sofrido prejuízos financeiros e desmoralização no meio criminoso após uma operação de busca e apreensão em seus imóveis, feita pelo Ministério Público no dia 18 de fevereiro de 2025. Na época, o empresário quebrou seu aparelho celular e o arremessou pela janela, para impedir acesso às informações nele contidas.

Depois da operação, com apoio de “Mijão”, Maurício teria decidido matar o promotor do MP como forma de recuperar prestígio. Para isso, o grupo teria designado José Ricardo para organizar o atentado.

Para planejar a morte do promotor, Maurício procurou o empresário José Ricardo Ramos, que também foi preso nesta sexta em Campinas. Ele teria providenciado a aquisição de veículos e armamento, além da contratação de executores para criar uma emboscada ao promotor.

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