Domingo, 06 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 30 de janeiro de 2022
Faltando cinco dias para o início dos Jogos Olímpicos de Inverno, Pequim registrou, neste domingo, o maior número de casos de covid dos últimos 18 meses. Os dados são da Comissão Nacional de Saúde do país (NHC), que contabilizou 54 pessoas infectadas com o coronavírus em toda a China nas últimas 24 horas.
Sede dos jogos, a capital chinesa está adotando medidas rigorosas para evitar que o evento esportivo dissemine a covid-19 no país.
Parte das estratégias usadas pelo governo chinês são: barrar espectadores estrangeiros, permitir que apenas pessoas convidadas acompanhem os jogos ‘in loco’, e adoção confinamento em “bolhas” onde atletas, imprensa, organizadores e demais pessoas envolvidas com a competição devem permanecer durante toda a competição.
De forma separada, os organizadores da Olimpíada de Inverno relataram 34 novas infecções dentro da bolha neste domingo, entre atletas e funcionários. Deste total, 13 foram testados positivo no aeroporto. Na semana passada, 72 pessoas da bolha receberam a confirmação de haviam contraído o coronavírus. A contagem registrada no confinamento não é incluída nos dados gerais do país.
Os participantes e envolvidos nos jogos não terão contato físico com o mundo exterior, incluíndo a própria família. Para entrar nesta bolha, as autoridades exigem vacinação completa ou a quarentena de 21 dias. Pelas regras, o atleta que estiver contaminado só está autorizado a competir depois de obter dois resultados negativos em 24 horas.
Após o anúncio do número recorde, as autoridades do país reforçaram o confinamento da população em conjuntos habitacionais e começaram a testar 2 milhões de pessoas do distrito de Fengtai, onde muitos dos casos foram registrados. A medida de testagem em massa em locais onde são identificados focos de contaminações tem sido feita pela China desde o início da pandemia como parte de uma política sanitária chamada Covid-Zero.
A estratégia tem se provado eficiente. De acordo com a Universidade John Hopkins, a China registrou, desde o início da pandemia, cerca de 120 mil casos e aproximadamente 4,8 mil mortes pela doença.
Covid zero
Em um bairro comercial chamativo de Xangai, cerca de 40 pessoas que estavam em uma loja da Uniqlo foram informadas de que passariam a noite lá. Um caso suspeito de covid foi rastreado até a loja.
Em outra parte da mesma cidade, Anna Rudashko foi instruída a retornar a um prédio de escritórios que ela havia visitado para uma reunião no dia anterior. Ela passou 58 horas lá com mais de 200 estranhos, esperando os resultados dos exames.
Na Província de Shaanxi, Zhao Xiaoqing estava em um segundo encontro, visitando um homem na casa de seus pais, quando as autoridades locais fecharam o bairro. Ela ficou em quarentena com eles por quase 30 dias. Felizmente, ela disse: “Eu me dei bem com a família dele.”
A China, que mantém amplamente o coronavírus sob controle desde 2020, está se esforçando cada vez mais para conter os surtos que proliferaram em todo o país nas últimas semanas, e um número crescente de pessoas vem passando por alterações súbitas em suas vidas como resultado dessa política.
Pelo menos 20 milhões de pessoas em três cidades estavam sob um lockdown total há duas semanas, e muitas outras cidades em todo o país foram submetidas a lockdowns parciais e testes em massa. Durante o mês passado, pelo menos 30 grandes cidades chinesas relataram casos de covid transmitidos localmente.
Os números de casos são minúsculos para os padrões globais, e nenhuma morte por covid foi relatada na onda atual da China.
Dificuldades
Mas muitos casos envolveram a variante Ômicron altamente transmissível e, a cada dia que passa, a busca obstinada do governo pela covid zero parece mais difícil de alcançar. Muitos se perguntam por quanto tempo isso pode ser mantido sem causar problemas generalizados e duradouros na economia e na sociedade da China.
“Neste momento, é quase como um último esforço, ou certamente um esforço muito teimoso e persistente, para evitar o vírus”, disse Dali Yang, professor de ciência política da Universidade de Chicago. “Eles estão realmente presos.”
Até agora, a liderança só reforçou sua estratégia – que depende de testes em massa, controles rigorosos de fronteiras, rastreamento extensivo de contatos e lockdowns rápidos – para extinguir surtos emergentes.
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