Sexta-feira, 15 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de agosto de 2025
Testes de comparação genética realizados pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) permitiram, nesta semana, a identificação dos restos mortais de mais uma vítima das enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma mulher relacionada entre os gaúchos ainda desaparecidos desde então e cujo corpo havia sido encontrado em junho no rio Taquari. Com isso, o número de mortos pela catástrofe subiu para 185.
Os restos mortais, em estado de decomposição que impossibilitou a identificação por outros métodos, foram descobertos por uma equipe do serviço de balsa do trecho fluvial entre os municípios de Triunfo e General Câmara (Vale do Rio Pardo). Para descobrir quem era a vítima, provideciou-se o cruzamento de dados com o Banco de Perfis Genéticos.
Peritos do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP conseguiram então estabelecer uma correspondência entre o DNA do corpo e um dos perfis armazenados no sistema: um mulher desaparecida em Lajeado (Vale do Taquari) no dia 2 de maio de 2024.
A correspondência entre as amostras só foi possível graças a uma filha da desaparecida. No ano passado, ela forneceu material genético ao IGP durante a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas em 2024.
Coincidentemente, o “match” entre as amostras aconteceu durante a edição de 2025 da campanha nacional, reforçando a importância das doações feitas por familiares de pessoas desaparecidas. A chefe da Divisão de Genética Forense do IGP, Cecília Fricke Matte, ressalta:
“Esse resultado evidencia a importância da colaboração dos familiares no trabalho de identificação de pessoas desaparecidas. A doação de material genético é essencial para que possamos fazer os cruzamentos e dar respostas concretas às famílias. Cada perfil doado representa uma chance real de encerrar um ciclo de incerteza e dor”.
Campanha nacional
A edição deste ano da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas termina nesta sexta-feira (15), em diversos municípios gaúchos. Os materiais coletados nos postos são incluídos no banco de dados apenas com a finalidade de buscar correspondências com pessoas sem identificação (vivas ou mortas).
Nos casos em que há um resultado positivo da comparação do perfil genético, a instituição responsável entra em contato com o familiar doador. Isso vale tanto para os confrontos com restos mortais não identificados quanto na verificação de pessoas vivas de identidade desconhecida.
Posição de destaque
A identificação mais recente foi a 105ª realizada exclusivamente por meio de dados constantes no Banco de Perfis Genéticos do Rio Grande do Sul. Esses números reforçam a atuação do governo do Estado junto à busca por pessoas desaparecidas, bem como a importância da participação dos familiares.
Com essa nova descoberta, o Rio Grande do Sul aumentou para quatro o número de identificações realizadas a partir de materiais genéticos coletados durante as ações da campanha do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Além disso, o IGP colocou recentemente o Estado em 4º lugar entre os que mais contribuem com dados para o Banco Nacional de Perfis de Genéticos (BNPG), que reúne informações de todos os laboratórios do País.
(Marcello Campos)
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