Segunda-feira, 13 de Maio de 2024

Home Economia “Petrobras ter sete presidentes em oito anos é muito nocivo”, diz conselheiro da empresa

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No próximo dia 19, o economista Marcelo Mesquita participa da sua última reunião no Conselho de Administração da Petrobras. Representante dos acionistas minoritários de ações preferenciais, o sócio cofundador da Leblon Equities defende a distribuição total dos dividendos extraordinários da estatal. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o conselheiro falou dos malefícios que as especulações em torno da queda do presidente da empresa, Jean Paul Prates, causam na companhia.

Gera uma instabilidade muito nociva no dia a dia da empresa. Todo mundo para. Os diretores começam a procurar emprego, os gerentes gerais executivos sabem que vão ser trocados quando entrar uma pessoa nova. Todos ficam paralisados, ficam assistindo um debate político em vez de tocar o dia a dia, que é o importante para a empresa produzir petróleo a baixo custo.

Para ele, a questão política atrapalhou a evolução da produção da Petrobras. “A empresa poderia ser hoje bem maior e mais rentável se fosse uma corporação brasileira pública e não uma corporação brasileira estatal”.

Distribuição dos dividendos

O economista defende o pagamento total dos proventos. Segundo ele, esse é o caminho normal quando a empresa gera resultado, caixa. Nessa situação, “ela procura todos os investimentos que tem retorno maior do que o custo de capital dela, ou seja, que cria um valor para os acionistas e faz esses investimentos. O que sobra depois disso é um dinheiro que não tem utilidade, e o ideal é que seja devolvido aos acionistas, porque o retorno é baixo. Ficando no caixa da empresa, o investimento é no CDI, que é um retorno baixo”.

Mesquita classifica de “maluco” o debate sobre a alegação do governo de querer mais investimentos da Petrobras, pois assume que a estatal ao pagar dividendos não está investindo.

“A Petrobras não deixa de fazer hoje nenhum investimento que ela quer, ela faz todos os investimentos possíveis que ela consegue administrar, gerir e que tenha retorno. Não é verdade (dizer que poderia investir esses recursos), ela já investiu tudo o que ela queria e o que sobrou é o que está sendo discutido. Então o que sobrou você poderia distribuir 100%. No passado, quando ela estava com uma dívida de US$ 120 bilhões, ela não pagava dividendos porque usava o dinheiro que sobrava para reduzir a dívida. Só que agora já pagou a dívida e a dívida está relativamente baixa, em US$ 60 bilhões, que é um tamanho normal para uma empresa do tamanho dela. Dado que, a dívida já está do tamanho correto e ela já investiu tudo o que ela quer, o que sobra tem de distribuir”.

Privatização

Representante dos acionistas minoritários, Mesquita acredita que somente a privatização vai conseguir acabar com a instabilidade na cadeira do presidente da empresa.

“Foram sete presidentes em oito anos”, observa ele, afirmando que se não fossem as sucessivas trocas, a petroleira poderia estar produzindo o dobro do que produz atualmente. Mesquita deixa o cargo que ocupa há oito anos depois da Assembleia Geral Ordinária (AGO) da estatal, no próximo dia 25, quando serão eleitos os novos membros do Conselho.

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