Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025

Home Artes Visuais Pintura mais cara já vendida por uma mulher e por um artista latino

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O autorretrato “El sueño (La cama)”, de 1940, da artista mexicana Frida Kahlo, foi vendido por US$ 54,7 milhões (R$ 292,6 milhões) em um leilão da Sotheby’s, em Nova York, estabelecendo o novo recorde absoluto para uma obra criada por uma mulher. A venda, realizada em um leilão dedicado ao surrealismo, durou quatro minutos de intensa disputa.

O valor supera o recorde anterior, de “Jimson Weed/White Flower No. 1”, de Georgia O’Keeffe, arrematada por US$ 44,4 milhões (R$ 237,5 milhões, no câmbio atual) em 2014. A casa de leilões ainda não informou a identidade do comprador, segundo o jornal inglês The Guardian.

A pintura mostra Kahlo adormecida enquanto um esqueleto sorridente envolto em dinamite repousa sobre o dossel da cama. A obra havia sido estimada entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões. A venda também ultrapassou o recorde latino-americano anterior, de “Diego y Yo”, também da artista, vendido por US$ 34,9 milhões (R$ 186,7 milhões) em 2021.

O quadro pertence a uma coleção privada e integra o restrito conjunto de obras de Kahlo que permanecem fora do México, onde sua produção é classificada como patrimônio artístico. Por lei, peças localizadas no país — públicas ou privadas — não podem ser vendidas ao exterior.

A negociação reacendeu debates sobre o impacto cultural da transação e a possibilidade de a obra voltar a desaparecer do circuito público, já que sua última exibição ocorreu no fim dos anos 1990. Instituições de Nova York, Londres e Bruxelas já solicitaram empréstimos para futuras exposições.

Segundo Anna Di Stasi, diretora de arte latino-americana da Sotheby’s, a pintura é “uma imagem muito pessoal”, na qual a artista “funde motivos folclóricos da cultura mexicana com o surrealismo europeu”. A especialista destaca que a dor e a morte são temas centrais na produção de Kahlo, marcada por sequelas da poliomielite e por um grave acidente de ônibus em 1925.

Embora não se considerasse parte do surrealismo, Di Stasi afirma que, diante da “magnífica iconografia” da obra, a associação ao movimento é pertinente.

A pintura foi apresentada na nova sede da Sotheby’s, no Breuer Building, em Manhattan, que reabriu ao público após décadas abrigando o Whitney Museum.

Até hoje, os valores mais altos pagos por obras de mulheres concentram-se em artistas do século 20. Além de O’Keeffe, o destaque seguinte é para uma escultura em forma de aranha da francesa Louise Bourgeois, vendida por US$ 32,5 milhões em 2023 (R$ 157,3 milhões na cotação da época).

A venda da obra de Kahlo ocorreu duas noites depois de outro recorde da casa de leilões, com um quadro do austríaco Gustav Klimt arrematado por US$ 236,4 milhões (R$ 1,2 bilhão). O “Retrato de Elisabeth Lederer”, pintado entre 1914 e 1916, tornou-se a segunda obra mais cara já vendida em leilão.

O recorde absoluto permanece com “Salvator Mundi”, atribuído a Leonardo da Vinci, adquirido por US$ 450 milhões em 2017 (R$ 1,48 bilhão na cotação da época).

 

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