Terça-feira, 17 de Setembro de 2024

Home Eleições 22 Polícia Federal apreende 100 mil reais na casa de governador de Alagoas e 14 mil reais com ele em hotel em São Paulo

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (11/10) a Operação Edema, que investiga um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). O principal alvo é o governador e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB). A ação da PF e do Ministério Público Federal (MPF) foi autorizada pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ela determinou o afastamento de Dantas do cargo de governador por 180 dias.

Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão na casa do governador afastado, no Condomínio Laguna, em Marechal Deodoro (AL); em gabinetes da Assembleia Legislativa de Alagoas e do Palácio República dos Palmares, sede do Governo de Alagoas; e em um hotel em São Paulo, no qual Paulo Dantas está hospedado. Foram apreendidos com ele R$ 14 mil em dinheiro.

Paulo Dantas foi eleito indiretamente governador de Alagoas em maio deste ano após desincompatibilização de Renan Filho (MDB), que abriu mão do cargo de governado do estado para disputar a eleição para o Senado. Dantas, por sua vez, foi eleito por 21 dos 25 deputados presentes à sessão da Assembleia Legislativa que definiu a sucessão no governo estadual.

Como governador-tampão, Dantas foi escolhido pelo MDB para disputar a reeleição ao cargo. Ele ficou na frente da disputa no primeiro turno, em 2 de outubro, e disputa o segundo turno contra o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) — que tem o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) e do Palácio do Planalto.

O senador Renan Calheiros, inimigo político de Lira no estado, informou, em sua conta no Twitter, que o processo contra Dantas só chegou ao STJ por “uma armação de Lira” e que vai representar contra a ministra Laurita Vaz no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Renan Calheiros chamou a ministra de “bolsonarista”. A disputa eleitoral em Alagoas tem o atual governador ligado ao grupo de Renan, apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Cunha tem o respaldo do Palácio do Planalto.

Além do afastamento de Dantas, Laurita Vaz determinou o sequestro de R$ 54 milhões em bens e valores dos investigados, para garantir o ressarcimento dos recursos supostamente desviados por um esquema de “rachadinha”, em que assessores de parlamentares devolvem parte dos salários que recebem. A ministra também mandou bloquear dezenas de imóveis.

Todos os investigados foram proibidos pela decisão judicial de manter contato entre si e frequentar os órgãos públicos envolvidos na apuração. A investigação que tramita em sigilo desde 2019 investiga crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Nenhum dos alvos teve os nomes divulgados pela PF ou pelo MPF.

De acordo com o MPF, o vice-governador, José Wanderley Neto — substituto legal de Dantas —, já foi notificado da ordem judicial de afastamento do governador. Cirurgião cardiologista, ele foi reeleito deputado estadual nas eleições do último dia 2 de outubro.

“Encenação”

Em nota, Paulo Dantas afirmou que a ação da Polícia Federal é uma “encenação”.

“Revela-se grotesca a ‘ação’ – na verdade, ‘encenação’ – de uma ala da Polícia Federal, que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha.

Sob pretexto de investigar acusações de 2017, essa parte da PF pediu à Justiça o meu afastamento do cargo, a três semanas do 2º turno, e estando com 20 pontos de vantagem.

A tentativa de criar alarde perto da confirmação da vitória é fácil de ser desconstruída: foi anunciada por adversários, evidenciando a manipulação da operação policial. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por exemplo, já havia ameaçado, na véspera do 1º turno, revelar no 2º turno detalhes da operação, que seria sigilosa.

Aos que acham que os alagoanos são manipuláveis por uma fake news travestida de oficialidade, a nossa campanha avisa: nosso povo não se rende a enganações e sabe muito bem a origem das mentiras. O recurso judicial será firme, e vamos seguir rumo à vitória.”

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