Sexta-feira, 14 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de novembro de 2025
A Polícia Federal (PF) apreendeu um cofre com dinheiro em espécie, um fuzil e uma pistola, munições e dois carros de luxo durante o cumprimento da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nessa quinta-feira (13).
Entre os veículos confiscados pela PF, estão um Cadillac e um Mustang, que foram identificados em São Paulo e Brasília, respectivamente. As armas foram encontradas em uma casa em Goiás. Já o dinheiro em espécie estava no cofre de um endereço ligado a um deputado estadual do Maranhão.
A PF e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram uma ação para aprofundar as investigações sobre descontos indevidos cobrados a aposentados e pensionistas. No total, foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 63 de busca e apreensão e outras medidas em 14 Estados e no Distrito Federal.
Os alvos da PF são investigados pelos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial.
A Polícia Federal mirou na antiga cúpula do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e em dirigentes e empresários ligados à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).
Nove dos 10 alvos de prisões determinadas pela Justiça já estão presos. Uma pessoa ainda não foi localizada pela Polícia Federal, mas as buscas continuam.
Entre os presos, estão o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e o ex-procurador do órgão Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho.
A Justiça expediu um novo mandado de prisão contra Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como o “Careca do INSS”, figura central no esquema de desvios, segundo as investigações. Camilo, no entanto, já havia sido preso em 12 de setembro em outra fase da Operação Sem Desconto.
O décimo alvo de prisão até o momento não foi localizado pelos policiais federais. As buscas continuam. Trata-se de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer.
Esquema
O caso foi revelado em 23 de abril, após a primeira fase da operação da Polícia Federal. De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
O esquema consistia em retirar valores de beneficiários do INSS mensalmente, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Segundo o ministro da CGU Vinícius de Carvalho informou à época, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura.
Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU.
O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) pediu demissão após sua gestão entrar em crise por conta da investigação. Ele foi substituído pelo então secretário-executivo do órgão, Wolney Queiroz, atual titular da pasta. (Com informações do jornal O Globo)