Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de outubro de 2025
A PF (Polícia Federal) deflagrou nessa terça-feira (14) a sexta fase da Operação Overclean, que mira desvios de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro com recursos de emendas parlamentares.
Um dos alvos de busca e apreensão foi o deputado federal Dal Barreto (União Brasil), que teve o seu telefone celular apreendido pela polícia. Em nota, o parlamentar afirmou que não teve acesso ao inquérito policial e que está à disposição da PF para colaborações.
“Reitero, igualmente, minha plena confiança nas instituições brasileiras e que, tão logo seja possível, todos os pontos serão devidamente esclarecidos”, disse.
“Tenho certeza da conduta proba, republicana e dentro da legalidade que sempre tratei com os recursos públicos, logo a minha completa inocência será amplamente demonstrada.”
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar diversa da prisão e foram apreendidos valores obtidos supostamente de forma ilícita, nas cidades de Salvador e Amargosa, na Bahia, e em Brasília (DF). As ordens foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com a polícia, o objetivo é desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
As apurações da Overclean apontam a atuação de um grupo criminoso que teria atingido o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, especialmente na Bahia.
O grupo, segundo a PF, teria direcionado recursos de emendas parlamentares e convênios para empresas ligadas a administrações municipais, com superfaturamento de obras e desvios financeiros. Ele teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos fraudulentos e obras superfaturadas.
A operação Overclean foi deflagrada no ano passado e apurou fraudes em licitações de lixo, direcionamento irregular de emendas e corrupção em prefeituras.
O inquérito, que tem entre os seus principais alvos pessoas ligadas ao União Brasil, foi para o Supremo por citar o deputado federal Elmar Nascimento, que representa o partido pela Bahia.
Também já foram alvos pessoas próximas ao grupo político do prefeito de Salvador, Bruno Reis. As apurações levaram ao afastamento do secretário de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, que foi titular da mesma pasta em Salvador na gestão do ex-prefeito ACM Neto.
Quando as investigações sobre a Overclean subiram para o STF, a Polícia Federal pediu para que elas ficassem sob a responsabilidade de Flávio Dino, e não Kassio Nunes Marques.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) opinou que elas deveriam continuar com Kassio, decisão mantida pelo então presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso. Entre outros motivos, a PF queria que o caso ficasse com Dino porque o ministro tem em suas mãos diversas investigações relacionadas a emendas parlamentares.
Em janeiro deste ano, três meses após a operação ser deflagrada, Nunes marques determinou sigilo sobre a tramitação da ação sobre o caso, que já chegou à corte sob segredo de justiça. A mudança levou o processo ao grau mais elevado de restrição. Com isso, só conseguem acessar os andamentos o relator, servidores designados por ele, o Ministério Público e as partes. (Com informações da Folha de S.Paulo)