Sexta-feira, 20 de Junho de 2025

Home Política Polícia Federal diz que Bolsonaro e o filho Carlos eram chefes da “Abin paralela”

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu o sigilo do inquérito relacionado à chamada “Abin Paralela”, que investigou uma suposta organização criminosa dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos e autoridades da República, além de atuar para proteger aliados e parentes do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ex-presidente e seu filho, Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, são apontados no relatório como os chefes da organização criminosa montada na Abin. Embora tenha sido divulgada inicialmente uma lista de indiciados em que não constava o ex-mandatário, ele é um dos indiciados neste processo. Seu nome consta no relatório como principal beneficiário das ações ilegais com as devidas imputações criminais.

Segundo o documento, a organização criminosa instaurada na Abin desviou recursos humanos, tecnológicos e financeiros para fins ilegais entre 2018 e 2021 para favorecer os interesses pessoais da família Bolsonaro.

As ações incluíram o uso indevido do sistema de geolocalização First Mile para monitorar ilegalmente indivíduos, como políticos, jornalistas e membros do judiciário, além de produzir dossiês falsos e disseminar desinformação para beneficiar um “núcleo político”.

O relatório aponta responsabilidades de alta gestão na Abin e detalha a estrutura da organização criminosa dividida em núcleos, de acordo com suas funções e responsabilidades:

Político

Este núcleo é composto por figuras de alto escalão do governo à época e é considerado o principal beneficiário e responsável pelas ações ilícitas.

* Jair Bolsonaro:

Embora não tenha sido listado pela PF entre os indiciados, o ex-presidente é apontado pela PF como o principal beneficiário das ações clandestinas que visavam ataques direcionados a adversários e ao sistema eleitoral.

As ações de contrainteligência do núcleo, como no caso da interferência na Receita Federal, revelam, segundo o relatório da PF, o uso da estrutura paralela para evitar ações estatais que pudessem comprometer o núcleo familiar de Bolsonaro

* Carlos Bolsonaro

Segundo as investigações, o vereador do Rio de Janeiro (RJ) atuou como figura central na estratégia de comunicação e desinformação do grupo, sendo um dos principais responsáveis pela produção e difusão de desinformação.

O relatório destaca que o próprio Carlos Bolsonaro declarou ser responsável pelas redes sociais do pai, usadas para disseminação de desinformação e ataques a opositores.

Inteligência

Este núcleo é formado por policiais federais cedidos à Abin, que eram responsáveis pela elaboração das ações clandestinas, além de fornecer os meios para que as operações pudessem ser realizadas.

* Alexandre Ramagem

Diretor-geral da Abin à época dos fatos, o atual deputado federal pelo Partido Liberal é considerado o comandante da “Abin Paralela” e membro do núcleo de inteligência da organização criminosa.

Segundo a PF, ele teria sido o responsável por determinar a ações clandestinas, manter a operacionalidade do sistema First Mile e autorizar seu uso contra opositores. Ramagem também acusado de peculato-desvio e de interceptação de comunicações telemáticas sem autorização judicial.

* Paulo Maurício Fortunato Pinto

Ex-diretor de Operações de Inteligência (DOINT) da Abin. Apontado como o idealizador e principal responsável pelo uso desviado da ferramenta First Mile.

* Frank Márcio de Oliveira

Ex-diretor-adjunto da Abin, teve papel relevante nas operações e na gestão de informações sensíveis, alinhado aos interesses da organização criminosa.

* Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho

Ex-chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN). Discutiu com executores de ações clandestinas sobre a possibilidade de “cruzar a linha”.

Execução

Os membros deste núcleo atuavam em posições de alta gestão ou executavam diretamente as ações clandestinas, cientes do desvio de finalidade, de acordo com o relatório da PF.

* Felipe Arlotta Freitas

Policial federal cedido à Abin, assessor direto de Alexandre Ramagem. Participou de ações clandestinas, como vigilância física e produção de dossiês, e na tentativa de encobrimento de ações ilegais. Recebeu valores em contrapartida às ações realizadas para a campanha eleitoral de Ramagem.

* Henrique César Prado Zordan

Assessor direto e homem de confiança de Alexandre Ramagem. Colaborou em operações clandestinas, produção de dossiês contra opositores e tentativa de encobrimento. Foi responsável pelas redes sociais de Ramagem.

* Alexandre Ramalho Dias Ferreira

Policial federal cedido à Abin. Recebeu valores na campanha eleitoral de Ramagem.

* Luiz Felipe Barros Felix

Policial federal envolvido na vigilância clandestina de Allan Lucena.

* Marcelo Araújo Bormevet

Policial federal cedido à Abin, ex-coordenador-geral do Centro de Inteligência Nacional (CIN). Teve papel de destaque na produção e difusão de desinformação e foi responsável por inúmeras ações clandestinas.

* Carlos Magno De Deus Rodrigues

Policial federal cedido à Abin, participou de diversas ações clandestinas de levantamento e produção de dossiês contra autoridades e opositores.

* Giancarlo Gomes Rodrigues

Militar do Exército brasileiro cedido à Abin, realizou 887 consultas no sistema First Mile, além de produzir dossiês e levantamentos ilegais contra diversas autoridades e opositores.

Gestão

Estes servidores eram responsáveis pela execução de ações clandestinas demandadas pelo núcleo de inteligência.

Desinformação

Dedicado à produção e disseminação de notícias falsas, narrativas de ódio, teorias conspiratórias e campanhas de desinformação, utilizando plataformas digitais e redes sociais. (Com informações do portal Brasil de Fato)

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