Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 17 de julho de 2023
Os relatos feitos pelos apontados como agressores e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes são conflitantes. Por causa disso, a polícia italiana entregará, ainda nesta semana, as imagens do circuito interno de TV de aeroporto de Roma, na Itália, à Polícia Federal (PF).
A PF solicitou o conteúdo audiovisual por cooperação internacional. A expectativa é que o material elimine o conflito de discursos nos depoimentos entre os envolvidos no caso.
Confusão
A confusão teria começado após Andreia Munarão se aproximar de Moraes e o chamar de “bandido, comunista e comprado”. Em seguida, Roberto Mantovani teria gritado e dado um tapa nos óculos do filho do ministro. Depois, os agressores teriam seguido a família até a sala VIP do aeroporto, onde a discussão continuou.
Caso a versão de Moraes prevaleça, os três possíveis agressores podem ser indiciados por crimes contra a honra, agressão e atos antidemocráticos.
Os possíveis agressores foram identificados como Andreia Munarão, Alexandre Zanatta e o empresário Roberto Mantovani Filho. O caso ocorreu na última sexta-feira (14) e, do grupo, apenas Zanatta compareceu para depor no domingo (16).
“Não houve nada direcionado ao ministro, não houve ofensa, eles negam isso”, afirmou o advogado do grupo, Ralph Tórtima Stettinger Filho, ao Metrópoles. “(…) Não houve da parte deles nenhuma ofensa ao ministro Alexandre de Moraes. Eles não foram lá para isso. Estavam voltando de viagem com crianças, uma de 2 anos e outra de 4 anos. Foi uma confusão, e olha só o que gerou”, ressaltou o defensor ao Metrópoles.
Segundo Ralph, os clientes apenas testemunharam Alexandre de Moraes sendo ofendido por outras pessoas dentro do aeroporto, enquanto aguardavam para acessar a sala VIP.
Manifestações
Autoridades brasileiras repudiaram a ação contra o ministro Alexandre de Moraes e sua família.
A Procuradoria-Geral da República solicitou informações à Polícia Federal e disse que “tomará as medidas cabíveis a respeito do caso”.
O procurador-geral, Augusto Aras, considera “repulsiva essa agressão, que se agrava, segundo ele, ao atingir a família do ministro”.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, prestou solidariedade a Alexandre de Moraes e sua família, e afirmou que “a truculência violenta de extremistas jamais poderá ser aceita como forma legítima de manifestação política. Debate público se faz com ideias e argumentos”.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e as associações regionais da magistratura federal manifestaram “profundo repúdio ao ataque” e afirmaram que “aguardam a efetiva e exemplar responsabilização dos autores do referido ataque, de acordo com as normas pertinentes ao caso”.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, considerou “inadmissíveis as agressões ocorridas contra o ministro. O clima de ódio e desrespeito provocados por alguns não pode continuar”.
Moraes não quis se manifestar sobre o caso – assim como o Supremo Tribunal Federal.
O PSD, partido ao qual Roberto Mantovani Filho é filiado, informou que levará o caso para o conselho de ética.
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