Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de março de 2023
Antes de deflagrar a Operação Sequaz e prender nove integrantes da quadrilha que planejava sequestrar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), a Polícia Federal vigiou os investigados em uma casa alugada pelo grupo para servir como base do crime. Os agentes não só observaram a movimentação de entrada e saída do imóvel, localizado no bairro de Jardim Social, em Curitiba, como usaram drones para tentar flagrar os investigados dentro da residência.
A PF identificou ao menos três imóveis alugados pelos suspeitos na capital paranaense. Em um deles, o monitoramento por drone identificou roupas no varal e tolhas estendidas na sala de casa. Outras diligências identificaram luzes acessas e sacolas de lixo, indicando a presença de pessoas ocupando o endereço.
As diligências em endereços usados pela quadrilha, ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), para arquitetar o plano contra Moro levaram a juíza Gabriela Hardt, da 9.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a autorizar a operação. Segundo a juíza, os atos sob suspeita “estão efetivamente em andamento em Curitiba há pelo menos seis meses, contando com a presença física dos investigados, compra de veículos, aluguel de imóveis e monitoramento de endereços e atividades” de Moro.
Enquanto a frente principal da operação prendia integrantes da quadrilha, uma outra parte da ofensiva vasculhava endereços em Campo Grande e Porto Velho, onde, segundo os investigadores, há registros da presença da “Restrita” – núcleo do PCC encarregado de eliminar ex-integrantes da facção e atacar autoridades e agentes públicos.
Na representação policial é citada ainda a suposta presença da “Restrita” em Cascavel (PR). As três cidades têm em comum o fato de se localizarem próximas a presídios federais.
Os investigadores chegaram aos endereços após vasculharem contas de e-mails dos suspeitos e identificarem documentos com prestação de contas dos gastos da quadrilha.
Cúmplice
Mulher de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o “Nefo”, apontado pela PF como o “cabeça” do plano contra Moro, Aline de Lima Paixão, uma das nove pessoas presas na quarta-feira, recebeu autorização para aguardar a investigação em liberdade.
Ela será monitorada por tornozeleira eletrônica, está proibida de manter contato com os outros investigados e precisará ficar em casa no período noturno. A investigação afirma que Aline “agiu diretamente na consecução do plano criminoso”, armazenando códigos criados pelos criminosos para se referir aos comandos e aos alvos.