Sexta-feira, 16 de Maio de 2025

Home Política Policial federal acusado por trama golpista diz que “não ia ter posse” de Lula: “Não íamos deixar”

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O policial federal Wladimir Soares, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela trama golpista, afirmou em um áudio que “não ia ter posse” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque “nós não íamos deixar”. De acordo com Soares, a medida não ocorreu porque faltou “pulso” do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Soares está preso desde novembro, pela suspeita de integrar a organização criminosa acusada de tentar dar um golpe de Estado em 2022. A denúncia da PGR contra ele e outras 11 pessoas que formam o chamado “núcleo 3” do grupo vai ser julgada na semana que vem no Supremo Tribunal Federal (STF).

A PF apreendeu o celular do policial em novembro, e enviou na terça-feira ao STF um relatório com o conteúdo das mensagens. Para a corporação, os diálogos comprovam que havia um plano para impedir a posse do presidente eleito.

Na conversa, em janeiro de 2023, Soares afirma que o Ministério das Relações Exteriores não teria se preparado para a posse de Lula. Segundo ele, o plano não foi adiante porque Bolsonaro não aceitou agir apenas com coronéis do Exército, já que os generais seriam contra:

“O povo aqui está desolado, ninguém entende. O próprio MRE, velho, os caras não entendiam, não se prepararam para essa posse, porque não ia ter posse, cara, nós não íamos deixar. Mas aconteceu. E Bolsonaro faltou um pulso para dizer, não tem um general, tem um coronel. Vamos com os coronéis, porque a tropa toda queria. Toda. 100%. Só os generais que não deixavam”, disse.

Em outra conversa, também em janeiro, Soares afirma que apenas o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria concordado com o plano golpista.

“Exatamente, Garnier foi o único, cara, o único. A Marinha desde o começo, foi a única que apoiou ele 100%. O resto tirou o corpo”, continuou.

A declaração corrobora a investigação da PF e a denúncia da PGR, que aponta que os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica) recusaram uma proposta de Bolsonaro para reverter o resultado da eleição, e que apenas Garnier teria concordado.

Em resposta apresentada à denúncia da PGR, a defesa de Soares afirmou que “não há nos autos qualquer evidência de que o acusado tenha participado de atos preparatórios ou executórios de qualquer plano contra autoridades públicas ou contra o Estado Democrático de Direito”.

Bolsonaro e Garnier já são réus no STF pela suspeita de participarem do plano. Ao Supremo, a defesa dos dois negou que eles tenham participado de qualquer tentativa de golpe. As informações são do jornal O Globo.

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