Quarta-feira, 30 de Abril de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de abril de 2025
Neymar viveu mais um capítulo repetido da sua carreira na partida entre Santos e Atlético-MG. O jogador saiu de campo lesionado, depois de sentir a coxa esquerda na vitória do clube santista por 2 a 0 em cima dos mineiros na quarta-feira (16). Nesta passagem pelo time paulista, após chegar em tratamento de lesão, Neymar já enfrenta a segunda lesão adquirida nesta passagem pelo Peixe. Até agora, ele só jogou uma partida completa.
Desde 2014, o craque não passou uma temporada sequer sem perder partidas por estar machucado. No total, são 1.445 dias do jogador afastado na carreira, o que é equivalente a quase 4 anos em recuperação.
Nos últimos anos, ele já rompeu o ligamento cruzado anterior e do menisco do joelho esquerdo, e fraturou metatarsos do pé direito duas vezes.
Além da recorrência, as lesões estão fazendo com que o atacante tenha poucos jogos entre uma reabilitação e outra, como aconteceu na sua passagem pelo clube saudita Al-Hilal, onde chegou ostentando cifras milionárias de contrato. Por lá, o técnico Jorge Jesus chegou a afirmar que ele não tem conseguido acompanhar a equipe fisicamente.
Mas, afinal, quais fatores podem aumentar o risco do atleta de voltar a lesionar-se ao longo da carreira? Segundo a fisioterapeuta e pesquisadora do comportamento motor Vivian Maria Biernaski, um cenário de lesões assim é complexo e tem muitos fatores envolvidos, mas alguns podem ser destacados.
“O nosso corpo funciona de forma integrada. Por isso, mesmo que as lesões sejam em regiões diferentes, elas podem estar conectadas. Se eu tenho uma lesão no pé, eu posso mudar a forma como eu piso para facilitar o movimento. Mas esta alteração pode sobrecarregar o joelho ou a musculatura da coxa, por exemplo. Em um atleta de alto rendimento, a reincidência é bem mais comum do que se imagina”, explica ela, que coordena o curso de Fisioterapia do Centro Universitário UniDomBosco.
Faltas sofridas
Segundo Vivian, há outro fator importante a ser considerado: o número de faltas e contato físico que ele sofre durante os jogos, bem acima de outros atletas. No jogo da quarta-feira, por exemplo, ele sofreu uma falta de dois jogadores ao mesmo tempo.
“Mesmo que essas entradas não causem lesões imediatas, elas podem deixar microtraumas, gerar inflamações e também mudar a forma como o corpo se movimenta durante o jogo. Esses impactos, ao longo dos anos, vão se somando à alta carga dos jogos e à exigência do futebol de alto rendimento, podendo contribuir para novas lesões no futuro”, pontua ela, que lembra ainda que o jogador entrou para o futebol ainda na infância.
No entanto, a profissional destaca que ele certamente teve uma liberação para retornar a cada lesão, baseada em critérios de uma reavaliação detalhada. Entre eles, são avaliados a força muscular, amplitude de movimento, nível de dor, entre outros.
No Ar: Pampa Na Madrugada