Domingo, 28 de Dezembro de 2025

Home Economia Por que o Banco Central entrou no alvo do Tribunal de Contas da União por causa do Banco Master e quem é o ministro à frente do caso

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Além do Supremo Tribunal Federal (STF), o Banco Central é alvo do Tribunal de Contas da União (TCU) no processo de liquidação do Master. Enquanto o ministro do Supremo Dias Toffoli marcou para a próxima semana uma acareação, o ministro do TCU Jhonatan de Jesus determinou que a autoridade monetária explique os motivos para liquidar a instituição financeira.

Esse prazo vence nesta segunda-feira, em outra frente de pressão sobre o BC a respeito de sua atuação na fiscalização da instituição financeira em sua longa crise até a liquidação extrajudicial decretada em 18 de novembro em meio à Operação Compliance Zero, da Polícia Federal (PF), que prendeu o dono do Master, Daniel Vorcaro.

A PF investiga indícios de fraude em transações financeiras que somam R$ 12,2 bilhões entre Master e BRB, banco estatal de Brasília que só não comprou o Master por que o negócio foi vetado pelo BC. Toda a movimentação em torno do Master passa pelo mundo político de Brasília, no qual Vorcaro desenvolveu uma extensa rede de relacionamentos, que também chega ao Judiciário.

A decisão do TCU, que tem como principal missão fiscalizar a aplicação de recursos financeiros federais, de pedir informações ao BC sobre o caso Master causou estranhamento por se tratar de negociações suspeitas entre empresas privadas do setor financeiro.

Quem investiga

A decisão do ministro Jhonatan de Jesus foi tomada em medida cautelar no âmbito do processo que investiga uma possível omissão do BC em relação a operações do banco controlado por Daniel Vorcaro.

Embora o processo tenha sido instaurado para apurar uma possível demora da autoridade monetária em decretar a liquidação do Master, o ministro do TCU questiona o motivo da medida. Em seu despacho, o ministro pede que se esclareça “fundamentação e motivação” para a decretação da liquidação extrajudicial, “com indicação sintética dos principais marcos decisórios e do racional determinante para a adoção da medida extrema naquele momento”.

Nos bastidores, o BC já esperava decisões nessa linha do Judiciário e de órgãos como o TCU. Por se tratar de um caso delicado, diretores e técnicos da autoridade monetária que estiveram envolvidos na liquidação documentaram todos os processos.

Apoio de Arthur Lira

Jhonatan de Jesus é, aos 42 anos, o mais jovem ministro do TCU. Eleito deputado por Roraima para quatro mandatos consecutivos, ele tem como aliados políticos o próprio pai, o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR); o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP); e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

O ministro do TCU foi indicado ao cargo pelo Republicanos, e seu nome foi aprovado pelo plenário da Casa. As vagas do TCU são distribuídas entre indicações do Senado, da Câmara e da Presidência da República — três para cada.

Para ser aprovado pela Câmara, Jhonatan contou com o apoio do então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), de quem é considerado aliado. A fase mais decisiva da movimentação pelo nome de Jhonatan foi feita em conjunto com a campanha de Lira à reeleição da presidência da Câmara, em 2023.

Jhonatan vem de uma família ligada à política e ao agronegócio. Seu pai, o senador e líder do Republicanos no Senado, Antonio Mecias de Jesus (RR), foi deputado estadual por seis mandatos e vereador de São João da Baliza, a 290 quilômetros de Boa Vista, antes de disputar o Senado em 2018. Antes de entrar na política, Mecias de Jesus foi coordenador do Incra em Roraima. As informações são de O Globo.

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