Domingo, 19 de Maio de 2024

Home em foco Pré-candidatos ao governo e ao Senado nos três Estados da região Sul vivem impasses que podem torná-los aliados ou adversários

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Restando uma semana para o término das convenções partidárias, pré-candidatos ao governo e ao Senado nos três estados da região Sul vivem impasses que podem torná-los tanto aliados quanto adversários na campanha eleitoral. Em meio às indefinições, as campanhas caminham em ritmo lento ou foram até paralisadas, por conta da dúvida sobre quem enfrentarão a partir de 16 de agosto, data em que tem início a propaganda eleitoral.

No Rio Grande do Sul, lideranças partidárias tentam solucionar um conflito entre o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e o deputado estadual Gabriel Souza (MDB), ambos pré-candidatos ao governo. Souza, ex-presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, pretende oficializar neste domingo sua candidatura em meio a pressões da cúpula nacional do MDB e de prefeitos emedebistas no estado, que defendem uma composição com Leite. O PSDB também pressiona pela retirada da candidatura de Souza, como parte do acordo para apoio à presidenciável Simone Tebet (MDB).

Lideranças partidárias sugeriram que Souza tope ser vice na chapa de Leite. Ignorando os apelos, Souza se ampara numa votação do diretório gaúcho do MDB, em março, na qual foi aprovado como pré-candidato do partido. À época, ele garantiu apoio interno se apresentando como nome mais próximo ao então governador Eduardo Leite. Como Leite havia indicado não ser candidato à reeleição, Souza e o MDB esperavam receber o apoio tucano na disputa.

No entanto, ao recuar do projeto de disputa pela Presidência depois de ter renunciado ao Executivo estadual, Leite se recolocou como candidato ao governo gaúcho – posto atualmente ocupado por seu antigo vice, Ranolfo Vieira (PSDB). O MDB, que mantém cargos na atual administração, indicou a preferência pelo apoio a Leite em uma reunião de prefeitos da sigla, na última semana, por 52 votos a 10.

Por outro lado, lideranças da chamada “velha guarda” do MDB gaúcho, como o ex-governador José Ivo Sartori e o ex-senador Pedro Simon, divulgaram manifesto há duas semanas pedindo candidatura própria do partido.

“Foi Leite quem criou a candidatura do Gabriel, que agora ficou numa situação delicada. Gabriel não quer ser responsável por abrir mão. Nós também não queremos, embora às vezes pareça que estão esperando que façamos isso por ele. O MDB gaúcho sempre foi diferente do nacional”, afirmou Simon, reforçando, porém, que o partido está “fechado com unanimidade pela candidatura presidencial de Simone” no Estado.

No Paraná, o senador Alvaro Dias (Podemos) diz ter “paralisado totalmente” as atividades de campanha enquanto decifra o cenário que o aguarda. Dias foi um dos principais aliados e incentivadores da entrada do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União) na política. Atualmente, porém, ambos se colocam como adversários na disputa por uma única vaga ao Senado no estado.

O conflito se formou após Moro, que deixou o Podemos no último dia do prazo de filiação partidária, ter sido barrado pelo União Brasil de disputar a Presidência, e pela Justiça Eleitoral de concorrer a senador por São Paulo.

Embora tenha mostrado descontentamento nos bastidores, Dias tem evitado criticar Moro publicamente. O senador do Podemos vinha articulando uma aliança com o governador Ratinho Jr. (PSD), candidato à reeleição com apoio do bolsonarismo. Na última semana, o União Brasil de Moro, desafeto do presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou um acordo com Ratinho que pode escantear Dias. A coligação do governador terá ainda outros dois candidatos ao Senado, ambos da base de Bolsonaro: Paulo Martins (PL) e Guto Silva (PP).

Sem a aliança, Dias adiou a convenção do Podemos para a última data disponível, o dia 5 de agosto, enquanto avalia alternativas. O rol de opções inclui até uma candidatura ao governo, o que poderia colocá-lo novamente em um palanque com Moro, caso o acordo do União com o PSD em torno de sua candidatura ao Senado não se confirme na convenção do partido, na próxima terça-feira.

“Não tenho me preocupado ainda com os concorrentes. Tenho que conversar com quem é meu aliado. Desde 2018 temos essa coligação (com o governador). Se for desfeita, vamos buscar uma alternativa”, afirmou o senador.

Em Santa Catarina, há dúvidas envolvendo as candidaturas de Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP) ao governo. Ambos planejam disputar o eleitorado bolsonarista e têm feito movimentos para mostrar proximidade com Bolsonaro.

Amin foi homologado em convenção estadual do PP no último fim de semana, mas ainda pode compor com Mello em meio a pressões da cúpula nacional do PL – que montou uma chapa pura com o ex-secretário nacional da Pesca, Jorge Seif, próximo à família Bolsonaro, como candidato ao Senado. Com a indefinição, Mello e Amin têm mantido relação amistosa por ora, mesmo com o possível enfrentamento direto no horizonte. Eles posaram juntos, há cerca de uma semana, após reunião na casa do candidato do PP na véspera da convenção do partido.

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