Sexta-feira, 28 de Novembro de 2025

Home Economia Preço da gasolina cai e o impacto dos impostos na inflação fica menor

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A redução do preço da gasolina, anunciada na sexta-feira (30) pela Petrobras e que entrou em vigor no sábado (1°), servirá para atenuar a volta da cobrança integral de PIS/Cofins sobre o combustível. Com isso, o avanço do preço do combustível na bomba, que seria em torno de 6,3% em julho, ficará ao redor de 3,7%, estima André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Para ele, a redução de R$ 0,14 nas refinarias, caso chegue integralmente às bombas, contribuirá para manter o IPCA próximo ao teto da meta no fim deste ano.

Braz destacou que levantamento recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontou preço médio da gasolina de R$ 5,40 por litro no país. Segundo ele, a expectativa é de que a retomada integral da cobrança de PIS/Cofins sobre o combustível eleve os preços nas bombas em R$ 0,34. Ou seja, inicialmente, o preço médio cheio em julho subiria para R$ 5,74, o que significaria uma alta de cerca de 6,3%. Caso a redução de R$ 0,14 chegue nas bombas, o preço médio subiria menos em julho, para R$ 5,60, ou 3,7% a mais.

O economista ressalta que o peso da gasolina no IPCA é de 5%. Isso significa que o impacto na inflação de julho, caso a projeção acima se confirme, será de 0,20 ponto percentual.

“E é claro que tem muita coisa desacelerando, ficando negativa no IPCA, principalmente alimentos, os serviços estão subindo menos. Já esperávamos até uma inflação negativa no mês que vem. Só que, com esse aumento da gasolina [devido ao PIS/Cofins], as coisas mudam um pouquinho”, diz Braz, que frisa que, mesmo com uma variação positiva da gasolina em julho, a inflação deverá seguir em patamares baixos.

Braz detalha que essa inflação em patamares mais baixos colabora para a revisão das estimativas para este ano. O economista estima um IPCA de 4,8% no fim do ano, o que colocaria o índice próximo ao teto da meta estabelecida para 2023. O centro da meta é de 3,25%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que leva o teto da meta para 4,75%.

“Se algumas outras variáveis ajudarem e a gente não tiver nenhum efeito surpresa no segundo semestre, pode até ser que tenhamos chance de ficar na meta. Graças, é claro, não só a esse comportamento mais benigno dos combustíveis, que veio com redução do preço do petróleo, e da valorização do real frente ao dólar”, afirma o economista.

Ele elogia ainda a mudança da meta de inflação, que deixará de ser anual para ser contínua. “Isso tudo alivia pressões sobre as previsões de inflação, dá mais fôlego à autoridade monetária para conduzir a inflação para a meta, diminui a incerteza”, afirma, lembrando ainda que a tendência é de redução da desancoragem das expectativas.

Braz diz ainda que a redução de 3,9% do preço do GLP – também anunciada pela Petrobras – “foi pequena” e, desse total, o impacto para o consumidor deve ficar em torno de 2%. Como o GLP pesa cerca de 1% no orçamento familiar, o impacto total no IPCA de julho deve ser de 0,02 ponto percentual para baixo. “Esse impacto ajuda, mas não é o principal. O principal mesmo está na gasolina.” As informações são do jornal Valor Econômico.

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