Domingo, 05 de Maio de 2024

Home Literatura Preço e falta de livrarias são principais obstáculos à compra de livros

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O preço alto e a falta de livrarias são apontados pelos brasileiros como os principais obstáculos à compra de livros segundo a pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”, realizada pela Nielsen BookData a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e divulgada na quinta-feira (7). O levantamento ouviu 16 mil pessoas com 18 anos ou mais entre os dias 23 e 31 de outubro para traçar o perfil de quem compra e de quem não compra livros no Brasil.

Entre os brasileiros que não adquiriram nenhum livro nos últimos 12 meses, 35% reclamaram do preço (R$ 45,69, em média, segundo a última pesquisa do Sindicato Nacional dos Editores de Livros do Brasil). A percepção de que o livro é caro perpassa todas as classes sociais: A (33%), B (38%), C (37%), DE (31%). No entanto, quando perguntados diretamente por que não haviam comprado livros, apenas 10,7% citaram o preço alto. As principais razões são falta de tempo (23,8%), acesso a livros digitais de graça (13,4%), obtenção de PDFs gratuitos (12,8%), empréstimo de livros com amigos e familiares (11,2%) e ter ganhado livros de presente (11,1%).

“A pesquisa mostra que hoje a percepção do preço se impõe como o maior desafio do mercado”, afirmou, em entrevista coletiva, a economista Mariana Bueno, coordenadora da pesquisa.

A falta de livrarias próximas foi apontada por 28% dos entrevistados como impeditivo para a compra. A queixa é maior no Norte (32%) e no Nordeste (33%). 11% lamentaram não ter espaço em casa para guardar livros.

Entre os não compradores, 60% consideram a leitura “muito importante”, seja para avançar na carreira, seja para aprender coisas novas. 34% gostariam de ler mais e 30% querem aumentar sua meta de leitura ainda este ano.

A pesquisa verificou que 25 milhões de brasileiros (16% da população) compraram ao menos um livro no último ano — 69% deles adquiriram até 5 obras. 54% compraram livros físicos e 74% planejam fazer novas aquisições nos próximos três meses. A maioria dos consumidores de livros são mulheres (57%) e da classe C (43%). No entanto, proporcionalmente, há mais leitores no topo da pirâmide: 34% dos brasileiros da classe A compraram livros nos últimos 12 meses; 25% da classe B, 13% da classe C e apenas 5% das classes D e E.

Preferência

Quanto à preferência por livros físicos ou digitais, 54% costumam optar pelos primeiros e 15% pelos segundos. 31% gostam dos dois formatos. Mariana Bueno ressaltou que os livros físicos e digitais convivem mais nas classes altas: 49% da classe A consome ambos os formatos, contra 33% da classe B e 27% das classes C, D e E, nas quais 56% optam sempre por obras impressas. Nas classes mais baixas, 59% leem livros digitais (que incluem a audição de audiolivros) no celular. Nas classes A e B, os dispositivos apropriados à leitura digital (e-reader, tablet) são mais comuns e o índice de uso de celular é de 34% e 41%, respectivamente.

Entre os consumidores de livros físicos, 55% preferem comprar on-line; outros 40% optam por lojas físicas. Como justificativa, 43,5% dos que compram on-line afirmam que os preços e as promoções são melhores, 35% citam a praticidade, 29,2% mencionam a facilidade para encontrar títulos diferentes e 8,8% dizem que suas “lojas favoritas” não entregam na região onde moram.

A maioria compra na Amazon (66,38%). Também foram citados o Mercado Livre (6,85%), a Shopee (4,4%) e a Saraiva (4,37%), que fechou as portas em setembro. As Lojas Americanas, em recuperação judicial, foram citadas por 3,1% dos entrevistados. O preço (60%), o frete grátis (45%) e a entrega rápida (38%) são os principais fatores que influenciam a compra on-line.

Já entre os que frequentam livrarias, 52,4% gostam de “ver/ abrir” o livro antes da compra, 41,9% não têm paciência para esperar a entrega, 23,8% querem evitar o custo do frete e 10,8% destacam o atendimento especializado.

As lojas preferidas dos leitores são a Leitura (24,01%), que é a maior rede do País, e a Saraiva (20,31%), que ainda existia quando foi realizada a pesquisa, seguidas pelas livrarias de rua (18,88%). 22,3% dos que preferem lojas físicas citaram o preço como determinante para a compra. A localização da loja foi mencionada por 12,8% dos entrevistados.

A pesquisa também identificou semelhanças entre os perfis dos compradores de lojas on-line e físicas, como a associação do livro ao crescimento pessoal (46,8% e 44,7%) e a preferência por não ficção adulta (57,1% e 56,4%), que engloba biografia, autobiografia, esporte, poesia, gastronomia, fotografia e guia de viagens. No entanto, os consumidores digitais adquirem mais livros por recomendação de influenciadores (7,8% contra 6,3%). Em contrapartida, frequentadores de livrarias físicas compram mais livros pela capa (9,6% contra 6,9%).

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