Sexta-feira, 20 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 19 de junho de 2025
Atendendo a um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a Justiça gaúcha determinou o bloqueio de R$ 200 mil das contas da prefeitura de Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre). O motivo é o descumprimento da decisão liminar que exigia a regularização das escalas médicas no Hospital de Pronto Socorro do município (HPSC). A decisão também impõe multa diária de R$ 10 mil até que a pendência seja sanada.
A administração municipal havia sido intimada sobre o caso em 28 de maio, mas não comprovou ter tomado as providências exigidas. “Esse valor bloqueado tem como destino a cobertura das maiores necessidades do HPSC, conforme plano de trabalho a ser proposto pelo Ministério Público, com participação das instituições envolvidas”, informa o site mprs.mp.br.
Conforme o promotor Márcio Emílio Lemes Bressani, trata-se de uma ação civil pública destinada a garantir assistência adequada à população pela instituição de saúde, sem lacunas nas escalas e com a presença de profissionais por turno e especialidade, inclusive nos plantões.
A decisão judicial determina ainda, também a pedido do MPRS, a expedição de ofício ao Ministério da Saúde para que informe sobre a aprovação e previsão de implantação de novos leitos hospitalares, especialmente para atendimento de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) em Canoas.
Na mais recente decisão, a Justiça levou em conta um vistoria realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) e confirmou diversas irregularidades:
– falta de médicos traumatologistas e vasculares.
– ausência de identificação completa dos profissionais nas escalas (nome e registro no Conselho Regional de Medicina, o CRM).
– lacunas críticas em plantões essenciais e subdimensionamento do corpo clínico.
– ausência de médico auxiliar nas escalas de cirurgia plástica e vascular.
– médicos atuando sem qualificação registrada ou com inscrição inativa no CRM.
– superlotação e permanência excessiva de pacientes em áreas críticas, como a Sala de Reanimação e o Serviço de Urgência/Emergência, em desacordo com as normas.
– internações indevidas em áreas de emergência por falta de leitos, prática vedada pelas normativas.
Análise técnica
Baseada em inspeções realizadas de 6 a 9 de junho, a entidade de classe concluiu que as escalas médicas são insuficientes e apresentam lacunas significativas. Também apontou a ocorrência de graves irregularidades éticas e normativas.
“O cenário compromete a qualidade e a segurança da assistência médica, especialmente em um contexto de aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG)”, ressalta o MPRS.
(Marcello Campos)
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