Terça-feira, 01 de Julho de 2025

Home Porto Alegre Prefeitura de Porto Alegre discute situação de famílias que permanecem em casas junto ao dique do bairro Sarandi

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A situação das quatro famílias que ainda residem às margens do dique do bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto Alegre, foi discutida nessa segunda-feira (30) durante reunião entre o prefeito Sebastião Melo, secretários e integrantes de órgãos da administração municipal. Na pauta, o acolhimento do grupo e o avanço das obras para a recomposição da estrutura de contenção de enchentes.

O mais recente levantamento do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) aponta que três das famílias que resistiam em deixar suas casas no local realizaram a mudança. Já entre as quatro restantes, três têm mudança programada para esta quarta (2) e quinta-feira, conforme previsto em acordo com equipes técnicas da pasta.

A última família, por sua vez, será atendida pelo projeto “Casas Modulares”, alternativa habitacional disponibilizada pela prefeitura quando não não há opção de moradia. Não foi informada uma data para sua saída.

Fim do impasse

A reconstrução do dique do Sarandi foi retomada na sexta-feira passada (27), um dia depois de uma nova decisão da Justiça autorizar a retomada da obra, suspensa desde março devido ao impasse com o grupo de moradores que resistiam em deixar a área. A ocupação das residências em questão é irregular.

Conforme o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), os trabalhos agora reativados têm por finalidade a demolição das residências já desabitadas e o recolhimento dos resíduos oriundos da limpeza do terreno. Essa etapa deve durar ao menos duas semanas.

A fase seguinte será a execução do projeto geotécnico de recomposição da estrutura, por meio da remoção do material inadequado e acumulado ao longo dos anos. O cronograma prevê, logo depois, a reconstrução do dique – com a compactação de camadas de argila ao longo de 300 metros, elevando assim a sua altura de 4 para 5,8 metros, equivalente à cota superada pelo transbordo do rio Gravataí na enchente de maio do ano passado.

Esse segmento está localizado entre a uma Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebap) e o ponto onde houve rompimento da estrutura durante a enchente histórica. Para avançar na recomposição, será necessário retirar do solo os materiais usados para a contenção emergencial dos vazamentos identificados há um ano. Também serão feitos taludes (estruturas laterais de suporte), na proporção de 1 metro de altura por 2 de largura.

Um terceiro trecho do dique, com mais de 2 quilômetros de extensão, precisará passar pelo mesmo processo. “O início das obras, neste caso, depende do acolhimento de mais de 500 famílias”, ressalta o informe divulgado no site prefeitura.poa.br.

Histórico

A reconstrução do Dique do Sarandi foi iniciada em julho de 2024. A primeira fase da obra, no trecho de 1,1 quilômetro entre as Ebaps de números 9 e 10, foi concluída em janeiro. Na época, as intervenções foram paralisadas em razão da necessidade de acolhimento de 56 famílias. Em março, a Justiça determinou que o Dmae interrompesse todas as atividades na área, decisão revertida no dia 26 de junho.

Dique do Sarandi – A estrutura de proteção contra cheias tem 3,5 quilômetros de extensão. Ela foi concebida na década de 1960 pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) e está sob gestão do Dmae desde 2019. Conforme estudo contratado pela prefeitura, o dique foi fragilizado por intervenções humanas – sobretudo escavações, durante construções irregulares.

(Marcello Campos)

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