Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024

Home em foco Presidenciáveis mostram força em seus estados e reforçam posições para 2026

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Confundindo-se com os próprios candidatos, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); do Paraná, Ratinho Junior (PSD); e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mergulharam fundo nas campanhas municipais deste ano e, como resultado, conseguiu formar um amplo arco de apoio entre os prefeitos de seus estados. Para os governadores, eleger os pupilos era mais que um desafio. Era também uma prova de prestígio, de capacidade e de força para 2026. Pode-se dizer que os três foram aprovados com louvor.

Filiados a partidos diferentes, o trio de governadores acumulam semelhanças. Os três têm altos índices de aprovação, defendem uma agenda conservadora, pertencem a legendas que fazem parte do governo federal e, apesar disso, consideram a possibilidade de disputar a Presidência da República em oposição a Lula.

As eleições municipais serviram como um teste. Em São Paulo, Tarcísio foi o principal articulador da candidatura de Ricardo Nunes (MDB), reeleito em segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL) por uma considerável diferença de votos. Em seu discurso da vitória, o prefeito agradeceu ao governador, chamado de “lider maior”, e ressaltou que sem ele o resultado não teria sido possível.

A partir do ano que vem, nada menos que 97,5% das cidades paulistas serão comandadas pelos aliados do governador de São Paulo uma inequívoca demonstração de força política. Tarcísio liderou uma frente de onze partidos de centro e de direita, se empenhou pessoalmente na campanha do emedebista, especialmente no momento em que ela enfrentou turbulências, e impôs ao campo da esquerda, particularmente ao PT, a maior derrota regional do partido desde que ele disputou as primeiras eleições municipais. A

No Congresso, lideranças importantes não escondem que já existe um movimento para materializar a candidatura do governador. Um dos políticos mais influentes da Câmara conta, sob reserva, que deputados e senadores têm sido procurados por empresários importantes que tentam convencê-los a abraçar a ideia desde já.

Eleito duas vezes no primeiro turno, o governador do Paraná também saiu bem- sucedido na disputa municipal deste ano, fazendo 257 das 399 cidades. Na capital, Eduardo Pimentel manteve a hegemonia do PSD e se elegeu em segundo turno com 57% dos votos contra Cristina Graeml (PMB). O papel de cabo eleitoral coube ao governador, que aproveitou a campanha do aliado para expor números de sua gestão, propagandeada pelo slogan “Modelo Paraná”.

Ratinho Junior já declarou ser contra uma aliança de seu partido com Lula em 2026 e indicou que pode se apresentar como uma opção ao Brasil. “Naturalmente alguém que é governador de um estado importante como o Paraná, que tem tido bons resultados, acaba estando no tabuleiro. Claro que isso passa por uma construção que não é simples, mas quero colaborar com um novo projeto para o país”, afirmou.

Dos três governadores, Ronaldo Caiado é o único que não tergiversa quando indagado sobre seus planos. Numa queda de braço travada diretamente com Bolsonaro, ele elegeu o correligionário Sandro Mabel na prefeitura de Goiânia com 55% dos votos contra Fred Rodrigues (PL), apoiado pelo ex-presidente, e alcançou 212 aliados nas 246 cidades.

Próximo passo

A próxima disputa, agora, é interna. O problema é que seu partido, o União Brasil, é parceiro do governo federal, assim como o PSD de Ratinho e o Republicanos de Tarcísio. A diferença é que o governador quer consolidar sua candidatura contra o petista desde já, o que criaria uma situação esdrúxula: ele trabalhando para derrotar Lula enquanto sua legenda ocupa três ministérios no mesmo governo Lula. Essa aliança, no entanto, teria prazo de validade. “A posição do partido será lançar um candidato a presidente”, garante ele. “E eu serei o candidato”,

O governador pretende começar a visitar os estados já no próximo ano e mostrar algumas das vitrines de Goiás, como os avanços na segurança e na educação.

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