Sexta-feira, 03 de Maio de 2024

Home em foco Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira critica Senado por demora para votar mudanças no Imposto de Renda

Compartilhe esta notícia:

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (19) que o Senado “não quer taxar quem ganha muito” e por isso atrasa a votação do projeto que altera regras do imposto de renda. Lira participou, ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), da inauguração de uma exposição na Câmara.

“O Senado não quer debater sobre esse tema, não quer taxar quem ganha muito e não paga nada”, afirmou Lira — a Câmara concluiu a votação do projeto no início de setembro.

Questionado, Pacheco contestou. Disse que o projeto está sendo amadurecido. “O Senado está amadurecendo o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos. Nós temos o tempo que é o tempo do amadurecimento do projeto”, afirmou.

A reforma

Saiba alguns dos pontos previstos no projeto de reforma do IR:

1) Empresas

O relatório aprovado prevê redução de 15% para 8% na alíquota do Imposto de Renda das empresas (IRPJ) e corte de um ponto percentual na Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). O corte na CSLL está vinculado à redução de incentivos tributários destinados a setores específicos.

Inicialmente, o relatório previa cortar em 12,5 pontos percentuais o IRPJ e não previa mudanças na CSLL. O texto foi alterado pelo relator a fim de angariar apoio de governadores e prefeitos, que alegam que vão perder recursos com a reforma, já que a arrecadação do Imposto de Renda das empresas é compartilhada com estados e municípios, enquanto a CSLL não é repartida.

Pela proposta original do Executivo, o impacto fiscal da reforma do Imposto de Renda seria nula — ou seja, não haveria aumento nem queda de carga tributária ou arrecadação. O Ministério da Economia, entretanto, não divulgou estimativas sobre o impacto fiscal da versão da reforma aprovada pela Câmara.

2) Taxação de lucros e dividendos

O texto aprovado prevê a tributação em 15% de lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a partir de 1º de janeiro de 2022. É uma forma de compensar a redução dos demais impostos.

Ficam isentos da cobrança os lucros e dividendos distribuídos por empresas que estão no Simples Nacional e por empresas optantes do regime de lucro presumido que faturam até R$ 4,8 milhões.

Dividendos até R$ 20 mil distribuídos por pequenos negócios e os distribuídos entre integrantes do mesmo grupo econômico também permanecem isentos de cobrança.

O texto ainda prevê o fim da dedutibilidade dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), uma forma de remunerar os acionistas que traz vantagens tributárias às empresas. Diversos setores da economia são contra o fim do JCP.

3) Pessoas físicas

A reforma do Imposto de Renda também vale para pessoas físicas. Uma das alterações é a isenção do imposto para todos os trabalhadores celetistas que recebem até R$ 2,5 mil, o que representa correção de 31% em relação ao limite atual (R$ 1,9 mil).

Os valores das demais faixas do IR também serão reajustados, em menor proporção.

Segundo o governo, a atualização vai isentar 5,6 milhões de novos contribuintes. Com isso, os isentos passariam dos atuais 10,7 milhões para 16,3 milhões. Já os demais trabalhadores celetistas terão desconto menor no contracheque.

Inicialmente, o projeto previa limite de R$ 40 mil de renda anual para optar pela declaração simplificada de Imposto de Renda.

Contudo, pelo acordo firmado com o relator, esse limite foi retirado. Isto é, qualquer faixa salarial poderá optar por esse modelo. Os contribuintes que optam pela simplificada podem abater 20% de Imposto de Renda sobre a soma dos rendimentos tributados até o limite de R$ 10.563,60.

4) Corte de benefícios

Também para compensar a perda de arrecadação com a redução do imposto das empresas, o relator propôs cortar alguns benefícios fiscais:

— isenção de IR sobre auxílio-moradia de agentes públicos;
— crédito presumido aos produtores e importadores de medicamentos;
— redução a zero das alíquotas de determinados produtos químicos e farmacêuticos;
— desoneração para termelétricas à gás natural e carvão mineral.

Embora inicialmente o relator tivesse encerrado a desoneração de embarcações, aeronaves e suas partes e peças, no texto aprovado o benefício fiscal permanece em vigor.

A versão aprovada também aumenta de 4% para 5,5% a alíquota sobre o ferro, cobre, bauxita, ouro, manganês, caulim e níquel da Compensação Financeira por Exploração Mineral (CFEM), cobrada por uma autarquia do Ministério de Minas e Energia. Ainda, inclui o nióbio e o lítio no rol desses minérios.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Senado aprova criação de vale-gás para famílias de baixa renda; texto volta à Câmara
Bolsonaro recebe presidente da Colômbia no Palácio do Planalto
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Atualidades Pampa