Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 4 de setembro de 2025
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (4) que ainda não há definição sobre a possibilidade de levar ao plenário a proposta de anistia a condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Segundo ele, o tema segue em debate entre as lideranças da Casa. “Estamos tranquilos em relação a essa pauta. Não há definição sobre votação. Temos ouvido o colégio de líderes e também diferentes setores da sociedade, tanto favoráveis quanto contrários”, declarou.
A anistia voltou ao centro das discussões no Congresso após o início do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), da ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. O assunto é tratado como prioridade pela oposição e tem recebido apoio de parlamentares do Centrão.
Aliados de Bolsonaro intensificaram a pressão para que o projeto seja analisado. Nos bastidores, avalia-se que a articulação ganhou força após o engajamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nesta semana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu uma proposta “ampla, geral e irrestrita”, que incluiria o ex-presidente. Na mesma linha, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), disse considerar “inadmissível” que a discussão ocorra sem contemplar Jair Bolsonaro.
Motta confirmou que tem sido procurado por aliados do ex-presidente. Um dos encontros ocorreu com Tarcísio de Freitas. “O governador é do nosso partido, dialogamos frequentemente. Ele já expressou publicamente sua posição favorável à anistia, e estamos ouvindo todos os envolvidos”, disse.
Na noite de quarta-feira (3), Tarcísio participou de um jantar com Sóstenes Cavalcante e o pastor Silas Malafaia. Segundo o deputado, o perdão aos condenados esteve entre os principais temas discutidos. A conversa também contou com os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do Republicanos, Marcos Pereira.
Sóstenes disse esperar que Motta apresente, ainda nesta quinta, um cronograma de discussão. Para ele, o presidente da Câmara não se mostra confortável em avançar no tema enquanto Bolsonaro estiver sendo julgado pelo STF.
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) anunciou que deve apresentar uma proposta própria, voltada à redução de parte das penas impostas pelo Supremo. Questionado sobre esse modelo, Motta evitou se posicionar.
A oposição, no entanto, já indicou resistência. “Nossa discussão é anistiar todos ou não. Redução de pena não resolve, especialmente para quem está fora do país”, afirmou Sóstenes.
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