Sexta-feira, 01 de Agosto de 2025

Home futebol Presidente da CBF foi citado como parte em esquema eleitoral a partir de áudio de investigado

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A inclusão do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Samir Xaud, entre os alvos da operação da PF (Polícia Federal) foi motivada por um áudio de um dos investigados em suposto esquema eleitoral de Roraima em que é citado.

O Ministério Público do estado, no entanto, afirmou que não se encontravam indícios concretos ou individualizados que justificassem a inclusão de Xaud como parte do grupo criminoso e foi contrário às determinações pedidas pela PF contra Xaud.

As informações estão nos autos da Operação Caixa Preta, que teve o objetivo de apurar suspeitas de crimes eleitorais em Roraima, como compra de votos.

O áudio foi utilizado para embasar a decisão tomada pelo juiz Ângelo Augusto Mendes, da 5ª Zona Eleitoral de Roraima. Ele autorizou buscas em endereços de Xaud no estado e na sede da CBF, no Rio de Janeiro.

O diálogo em questão, obtido pela PF, é atribuído a Renildo Lima, que foi candidato a vereador. Ele e a sua mulher, a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR), também foram alvos da operação.

O áudio diz: “Agora nós estamos mais fortes, graças a Deus, porque eu e Helena tivemos o cuidado de colocar nas superintendências políticos que já foram testados nas urnas e bem votados. Por exemplo, o Samir [Xaud] teve 5.000 votos, então, o pedido dele, pelo menos 500 ele consegue”.

Os votos de Xaud se referem, segundo as investigações, à ocasião em que tentou a eleição para deputado federal pelo mesmo partido de Helena, em 2022.

Na ocasião, ele recebeu 4.816 votos e não se elegeu. O atual presidente da CBF também se candidatou a deputado estadual em 2018 pelo PV e recebeu 2.069 votos. Xaud foi secretário-adjunto de Saúde de Boa Vista, entre maio de 2024 e março deste ano.

Segundo o magistrado, a polícia entendeu que a mensagem revela que Samir foi nomeado estrategicamente a cargo de direção partidária e utilizado para captação de votos em benefício do grupo.

A conclusão foi tirada, de acordo com o juiz, porque a frase de Renildo sugere que suas indicações seriam revertidas em votos para os candidatos aliados.

A atitude, aponta a decisão, indica possível utilização de função pública para favorecimento eleitoral, conduta que configura abuso de poder político e captação ilícita de sufrágio.

“Dessa forma, imperioso é concluir que, ainda que não constem nos autos outras conversas diretas envolvendo o investigado na operacionalização do esquema, o áudio demonstra, em cognição sumária, que sua nomeação integrava a estratégia do grupo”, disse o juiz.

Por outro lado, o MP afirmou, em seu parecer, que a simples citação de nomes em conversas ou vínculos funcionais não constitui, por si só, base suficiente para justificar medida de natureza invasiva e excepcional como a busca domiciliar.

Apesar disso, o órgão afirmou que os elementos apresentados pela autoridade policial revelam indícios de envolvimento direto e relevante de Helena e Renildo nas condutas sob apuração, especialmente no na suposta prática de corrupção eleitoral e no uso de estruturas empresariais para fins ilícitos.

A investigação da Polícia Federal começou após a apreensão de R$ 500 mil, em setembro de 2024, às vésperas das eleições municipais. O valor foi encontrado na cueca de Renildo, durante a campanha.

Ao todo, foram determinados dez mandados de busca e apreensão nos estados de Roraima e Rio de Janeiro, além do bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões nas contas dos investigados.

Em nota, a assessoria da CBF disse que a operação não tem qualquer relação com a confederação ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações.

Também disse que nenhum equipamento ou material foi levado pelos agentes e que o presidente “permanece tranquilo e à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”.

Já a assessoria da deputada afirmou, por meio de nota, que ela foi surpreendida com a notícia e que jamais foi notificada a prestar esclarecimentos às autoridades competentes.

“Causa perplexidade a adoção de medidas tão gravosas sem que tenha havido a apresentação de fatos concretos que as justifiquem. Como cidadã e representante eleita democraticamente, a deputada respeita e defende o trabalho das instituições, reafirmando seu compromisso com a transparência, a ética pública e o devido processo legal”, disse.

Ela também afirmou que “seguirá concentrada em seu trabalho legislativo e na defesa dos interesses da população de Roraima, com a serenidade e a responsabilidade que sempre pautaram sua atuação pública”.

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