Quarta-feira, 15 de Maio de 2024

Home em foco Presidente da Pfizer no Brasil diz que “a pandemia acabou, mas a covid, não”

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Presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez lembra da apreensão que acompanhava as primeiras negociações para incluir os imunizantes com a nova tecnologia de RNA mensageiro contra covid nos calendários de vacinação globais.

“Eram vacinas complexas do ponto de vista logístico, tínhamos que trazer muitas, em condições complicadas. Por terem sido produzidas muito rápido, não tinham conservantes e teriam que ser acondicionadas a 70 graus abaixo de zero”, recorda-se.

Nessa época, a executiva ocupava o cargo de presidente da companhia no Chile, Equador, Peru e Bolívia, simultaneamente. Foi transferida para o principal cargo da companhia no Brasil em fevereiro de 2021, quando capitaneou a inserção do imunizante no País.

Passado o desafio inicial — debelado pela alta demanda pelas vacinas e mais caixas transportadoras que protegeram as doses na temperatura certa — Marta agora se permite observar a realidade sob uma análise mais positiva.

“Não estamos mais em 2020”, disse, referindo-se ao ano em que a pandemia correu sem vacinas, medicamentos nem boas estratégias terapêuticas. Acredita, inclusive, que o período pandêmico acabou, resta uma doença circulante.

“A pandemia acabou, mas a doença (covid) não. E não sabemos se vai acabar, essa é a realidade. Tudo aponta que a doença vai ficar de forma endêmica para muitos países. Se vai ser uma vacinação anual também não sabemos”, afirmou Díez.

Em relação aos contratos de compra de vacina e ao aditivo assinado em 30 de dezembro (de 50 milhões de doses bivalentes, a serem entregues até junho), ela acredita que o País está confortável para este ano sem nenhuma dúvida. “O Brasil tem as doses que precisa para este ano. Para 2024 ainda é cedo para falar”.

Díez afirma que ainda não houve um contato com o novo governo. Ela salienta, contudo, que a “Pfizer está no Brasil há 70 anos, nesse tempo passaram todos os partidos. Nosso trabalho não é com o Ministério, é com a população. Então, vamos trabalhar bem com quem estiver lá”.

Comercialização

A presidente da Pfizer no Brasil explicou que a empresa conta com uma política de preço diferenciada: “garantimos que os países ricos tenham um preço maior, os países de média renda menor paguem menos e que os países pobres recebam as doses praticamente com preço de custo. Queremos garantir que, se algum pais não vacina, que não seja pelo preço (da dose)”.

Mas o preço não é a única razão para desigualdade vacinal. Há a política, a logística, ou há dificuldades culturais e ligadas à geografia. “No Brasil temos, ou tínhamos, uma cultura de vacinação muito forte, o que levou à alta adesão. Mas nem todos os lugares são assim”.

Sobre a produção de vacinas no Brasil, Díez afirmou que a fábrica localizada na Grande São Paulo, está pronta para começar as produções de teste. Ela estima que isso ocorra entre fevereiro ou março. “E então há diversas aprovações da Anvisa para ocorrer. A depender dessa liberação, podemos fabricar as primeiras doses no Brasil (para uso) em maio”, explica. Díez salienta, no entanto, que não há previsão que se reduza o preço por dose, sobretudo porque está sendo montada uma nova fábrica.

Prevenção

Para a executiva da indústria farmacêutica, “estamos num ano em que há uma doença que temos que aprender a conviver, a coisa boa é que temos vacinas e temos antivirais. Temos ferramentas para combater a pandemia e a doença por si só. Não devemos inclusive nos acomodar no fato de que há um antiviral, a vacina segue como ferramenta número um. A prevenção é o principal, mas ainda há pessoas que ficam muito doentes”.

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