Terça-feira, 21 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de outubro de 2023
O ex-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, voltou a criticar Israel nas redes sociais após ser demitido do órgão na quarta-feira (18) por compartilhar uma postagem que chamavam apoiadores do País de “idiotas”. Em outra publicação na noite dessa quinta (19), Doyle disse que os simpatizantes dos israelitas seriam “cúmplices dos terroristas” comandados pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Doyle fez um comentário na postagem do cartunista Carlos Latuff que, indiretamente, causou a sua demissão. Na quarta, o então presidente da EBC compartilhou uma postagem de Latuff que dizia: “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”.
“Obrigado, Latuff. Você ainda está sendo moderado ao chamar os apoiadores e cúmplices dos terroristas comandados por Netanyahu só de idiotas e desonestos”, afirmou o ex-presidente da EBC em nova postagem feita nesta quinta-feira.
Repercussão
Ainda na quarta, Doyle foi demitido da EBC após se reunir com o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. O ex-presidente disse que o compartilhamento do post criaram um “constrangimento ao governo”.
“O ministro Paulo Pimenta me manifestou hoje seu descontentamento por eu ter repostado, no X, postagem de terceiro acerca do conflito no Oriente Médio. Disse-me que a referida repostagem e sua repercussão na imprensa criaram constrangimentos ao governo”, afirmou na rede social.
“Diante disso, pedi desculpas e comuniquei que deixo a presidência da EBC, agradecendo ao ministro Pimenta e ao presidente Lula pela confiança em mim depositada por todos esses meses.”
O Brasil tem adotado uma postura contrária ao conflito, porém com linguagem cautelosa. A orientação do presidente Lula é que a sua base se afaste do tema da guerra em Israel e foque esforços na pauta econômica. Na segunda-feira (16), o diretório nacional do PT, porém, divulgou uma resolução sobre o conflito. O texto defende o fim das ações violentas e coloca no mesmo patamar os ataques do Hamas e a ação de Israel.
O presidente e alguns ministros usaram expressões como “ataques terroristas” e “atos terroristas”, mas sem associá-las expressamente à organização responsável pelos ataques com assassinatos e sequestros de civis, incluindo crianças, em Israel nos últimos dias. O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA) foi o único integrante do primeiro escalão a classificar o Hamas diretamente como terrorista nas redes sociais.