Sábado, 24 de Maio de 2025

Home Política Presidente do Banco Central diz que sempre foi contra uso fiscal do IOF e elogia recuo de Haddad

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O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que não teve informações aprofundadas sobre o decreto publicado com mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo Galípolo, embora tenha conversado antes com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os detalhes da medida não foram compartilhados e não houve interferência do BC.

Galípolo elogiou a sensibilidade e a agilidade de Haddad ao revogar partes do decreto e disse que sempre foi contra usar o IOF com fins fiscais e arrecadatórios. O presidente do BC afirmou que teve conhecimento do decreto sobre o IOF na quinta-feira, “como todo mundo”, quando foi anunciado. Ele se disse contra a medida, mas afirmou não ter “ingerência” sobre a decisão da Fazenda.

“Em debates passados, quando se discutia o uso do IOF como alternativa para atingir a meta fiscal, eu, pessoalmente, nunca tive muita simpatia pela proposta. Não gostava da ideia. Está claro que o objetivo é fiscal, mas não gosto da ideia de utilizar a alíquota. Mas não tenho nenhum tipo de ingerência nisso. Cabe ao Ministério da Fazenda”, disse.

O presidente do BC salientou ter preocupação com efeitos potenciais da mudança do IOF sobre o dólar, pelo risco de ser vista como uma forma indireta de controle cambial.

“Minha antipatia e resistência ao uso da alíquota do IOF como expediente para perseguir a meta fiscal decorre justamente desse receio”, afirmou.

Galípolo defendeu a autonomia do BC e disse que as colocações do ministro Haddad sobre as relações da Fazenda com a autoridade monetária foram “perfeitas”:

“As falas que o ministro Fernando Haddad fez estão absolutamente perfeitas sobre como se dá esse processo. Quando ele fala que não há negociação com o Banco Central e que não há revisão do BC em medidas tomadas pelo Ministério da Fazenda, ele demonstra o zelo que tem pela questão institucional de cada um dos mandatos”, frisou.

O presidente do BC disse que Haddad ouviu a sociedade e agiu rápido ao refogar parte do decreto do IOF.

“É normal que na busca por alternativas para tentar perseguir as metas fiscais possa surgir uma medida que provoque algum mal-estar e que demande que seja revista ou suprimida a decisão. E acho que todo mundo precisa reconhecer e louvar que o ministro, como bom democrata que é, poucas horas após o anúncio da medida, ela já estava suprimida, antes mesmo de o mercado abrir, ele já havia ouvido a sociedade e os agentes econômicos”, disse.

 

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