Terça-feira, 25 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de novembro de 2025
Empreendimento em Santiago reforça matriz energética limpa e marca avanço estratégico na produção de biocombustíveis
O Rio Grande do Sul deu um passo histórico na transição energética ao autorizar o início das atividades da primeira usina de etanol de trigo do Brasil. Localizada em Santiago, a planta da C.B Bioenergia recebeu a Licença de Operação e já se prepara para produzir milhões de litros de biocombustível por ano, além de subprodutos destinados à nutrição animal.
Instalada em uma área de 150 mil m², a usina terá capacidade de produzir mensalmente 1.300 m³ de álcool hidratado e 1.140 m³ de álcool neutro, além de 810 toneladas de DDGS e 2.160 toneladas de WDGS, insumos de alto valor nutricional utilizados em rações. A operação deve gerar 28 empregos diretos e movimentar a economia local, agregando valor à produção agrícola.
O processo contempla todas as etapas industriais, desde a recepção e pesagem da matéria-prima — que inclui trigo, triticale, cevada, centeio e milho — até moagem, fermentação, destilação e armazenamento. A adoção de tecnologias modernas garante eficiência e menor impacto ambiental.
A iniciativa reforça o compromisso do Estado com a matriz energética limpa e a redução de emissões. Para a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura, o projeto representa uma nova visão para a agricultura, ao transformar insumos não alimentícios em energia renovável. A estratégia também fortalece a segurança jurídica para empreendedores e amplia oportunidades de inovação no setor.
O presidente da Fepam, Renato Chagas, ressaltou que a industrialização local agrega valor à produção e fortalece o setor de bioenergia no Estado.
Além de consolidar Santiago como polo de bioenergia, a usina abre espaço para que agricultores locais diversifiquem sua produção e encontrem novas formas de valorização de suas colheitas. A industrialização no próprio município evita o deslocamento de insumos e gera renda na região, criando um ciclo virtuoso entre campo e indústria.
Durante a entrega da licença, autoridades conheceram o programa Pila Verde e Pila Azul, que transforma resíduos em moeda social. A população pode trocar resíduos orgânicos por créditos para uso em feiras locais e materiais recicláveis por valores que circulam na economia municipal. A iniciativa fortalece a consciência ambiental e promove a economia circular.
Em homenagem à secretária do Meio Ambiente, foi lançada a nova cédula de R$ 100 Pila Azul, destacando o papel da liderança feminina na modernização do licenciamento ambiental e na promoção de políticas sustentáveis.
Ao unir tecnologia, sustentabilidade e valorização da agricultura, o empreendimento da C.B Bioenergia projeta o Rio Grande do Sul como protagonista na transição para energias limpas. A operação da primeira usina de etanol de trigo do Brasil simboliza um novo capítulo para o agronegócio gaúcho e para a matriz energética nacional, enquanto iniciativas locais como o Pila Verde e Pila Azul reforçam o compromisso com o desenvolvimento socioambiental e a economia circular.