Quarta-feira, 26 de Março de 2025

Home em foco Primeiro-ministro da Ucrânia questiona se plano de paz de Lula é realista

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O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, questionou se o plano de paz proposto pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é realista. “Temos um caminho bem traçado em direção à paz como entendemos”, disse o chefe do governo ucraniano. A declaração foi feita em entrevista coletiva na associação dos jornalistas estrangeiros (Stampa Estera) em Roma, nesta quinta-feira (27).

Ao ser questionado sobre a possibilidade de o Brasil ser mediador no processo de paz, o premiê saudou o empenho de Lula, que insiste em uma solução pacífica para o conflito e já propôs várias vezes uma mediação alternativa em busca da paz. “Agradecemos os esforços do povo brasileiro e do presidente do Brasil no desejo de ajudar o povo ucraniano na sua luta”, disse, antes de agradecer aqueles que acolheram os refugiados da guerra. “Muitos países acolheram ucranianos com coração aberto e gentileza. Esperamos que todos os nossos cidadãos possam voltar à Ucrânia pacificada”.

Shmyhal comparou os russos a bandidos: “Vou citar um simples exemplo. Se o apartamento de vocês [brasileiros] fosse invadido por um bando de bandidos que querem matar vocês e seus filhos, estuprar suas mulheres e tomar a sua casa, vocês assinariam um acordo com esses bandidos? Vocês acham isso realista? Eu sinceramente não estou esperando a resposta de vocês”, lançou Denys Shmyhal.

O premiê ucraniano acrescentou que o Brasil também não faria um acordo com os invasores. “Vocês não aceitariam conviver com esses bandidos e se curvar às condições impostas por eles, realizando o desejo deles e não o de vocês”, disse.

Ainda usando o exemplo da residência invadida, Shmyhal reiterou que os russos têm que sair da Ucrânia. “Antes de mais nada, esses bandidos têm que sair da casa de vocês. Depois talvez se pudesse discutir com eles os princípios da convivência pacífica, mas não no meu território”.

China

Shmyhal, não quis avaliar uma possível mediação chinesa na guerra contra a Rússia. No entanto, ele disse que primeira conversa ocorrida na véspera entre os presidentes da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e da China, Xi Jinping, desde o início da invasão russa ao vizinho “abre uma nova etapa nas relações” entre os dois países.

“Houve um telefonema, uma conversa muito produtiva entre os dois presidentes. Esta conversa abre uma nova etapa nas relações entre a Ucrânia e a China e estou convencido de que é um bom começo para o desenvolvimento positivo de nossas relações no futuro”, avaliou.

Questionado se a Ucrânia aceitaria a China como mediadora, o primeiro-ministro reiterou: “Temos nosso próprio caminho para a paz, a fórmula Zelensky. Sabemos muito bem o que é a libertação da Ucrânia. Todos os territórios dentro das fronteiras de 1991 devem ser livres. A segurança deve ser garantida pelas estruturas internacionais. Só assim teremos a certeza de uma paz estável, justa e duradoura.”

Reconstrução

Denys Shmyhal esteve em Roma para participar da conferência bilateral entre a Itália e a Ucrânia sobre a reconstrução do seu país. Participaram do evento diversas empresas italianas e ucranianas.

O primeiro-ministro pediu às empresas italianas investimento na reconstrução da Ucrânia. Segundo o Banco Mundial, os custos totais para reconstruir o país ultrapassam US$ 400 bilhões.

Esta não é a primeira conferência em que se fala da reconstrução ucraniana, pelo menos na Europa. Mas o encontro serviu para reforçar o papel de Itália, sobretudo a nível europeu.

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