Domingo, 16 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de novembro de 2025
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (16) em uma reunião de gabinete que não haverá Estado da Palestina e que o Hamas será desarmado — pela força, se necessário.
A declaração se dá após o líder israelense ter sido criticado dentro de sua coalizão governista sobre a resolução dos Estado Unidos que busca a aprovação do Conselho de Segurança da ONU para um plano para Gaza que antecipa a criação de um aparato estatal para o território palestino.
“Nossa oposição a um Estado palestino em qualquer território não mudou”, afirmou Netanyahu, acrescentando: — Gaza será desmilitarizada e o Hamas será desarmado, da maneira fácil ou da maneira difícil.
O texto final ainda não foi divulgado, mas na sexta-feira os Estados Unidos, acompanhados por oito governos árabes e muçulmanos, emitiram uma declaração apoiando a resolução, dizendo que ela “oferece um caminho para a autodeterminação e a criação de um Estado palestino”.
Seus comentários também foram feitos enquanto o príncipe herdeiro saudita Mohammed al Salman se prepara para visitar Washington para uma reunião com o presidente Donald Trump, sua primeira viagem à Casa Branca em sete anos.
Israel e o Hamas chegaram a um cessar-fogo há cinco semanas, após dois anos de guerra. O presidente dos EUA, Donald Trump, intermediou a trégua, que começou com o Hamas libertando reféns israelenses e Israel libertando prisioneiros palestinos. Enquanto os corpos de três reféns ainda não foram devolvidos, a atenção se volta para a próxima fase, mais difícil, que é remover o Hamas do poder em Gaza e reconstruir a faixa costeira devastada.
No Washington Post na sexta-feira, Michael Waltz, embaixador dos EUA na ONU, escreveu que o próximo passo é estabelecer uma força multinacional de estabilização “com o mandato de desmilitarizar Gaza, desmantelar a infraestrutura terrorista, desativar as armas usadas por terroristas e manter a segurança do povo palestino por um período de dois anos”.
O Conselho de Segurança da ONU deve debater na segunda-feira a resolução dos EUA que estabelece essas disposições. A Rússia apresentou uma resolução concorrente. Netanyahu e o presidente russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone no sábado, sem que detalhes fossem divulgados.
Embora tanto o cessar-fogo de Trump quanto a resolução da ONU se refiram a um esforço multinacional de manutenção da paz, não está claro quem participará ou quais serão suas funções. Vários países parecem dispostos a fornecer tropas em princípio, mas não querem ser responsáveis por retirar as armas de milicianos não cooperativos.
Um grupo de países, liderado pelos EUA, estabeleceu um quartel-general no sul de Israel para lidar com a reconstrução, o desarmamento e o aumento da ajuda a Gaza. Eles agora aguardam instruções sobre como proceder. Enquanto isso, Israel ainda ocupa metade do enclave. Na outra metade, onde a grande maioria dos habitantes vive em condições precárias, o Hamas reforça sua autoridade com militantes armados.
Bin Salman deve se reunir com Trump na Casa Branca nesta terça-feira (18), com o futuro de Gaza e as relações com Israel no topo da agenda. A Arábia Saudita tem repetidamente afirmado que só poderá normalizar as relações com Israel quando houver um acordo sobre um Estado palestino.
Em seus comentários no domingo, Netanyahu também fez referência ao fato de que Israel deve realizar eleições dentro de um ano. Houve pedidos para uma votação antecipada, mas Netanyahu sugeriu o contrário, dizendo que presumia que a votação seria realizada no final do ano judaico, ou seja, em setembro.