Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 21 de setembro de 2022
O PT resiste à ascensão de Henrique Meirelles como referência da campanha para o mercado e eventual fiador de uma política econômica fiscalmente responsável em um eventual novo governo petista, dizem fontes da campanha do partido. O incômodo cresceu nos últimos dias, desde que o ex-presidente do Banco Central aceitou o convite do partido para declarar apoio a Lula junto com outros ex-candidatos a presidente.
A adesão de parte de ex-candidatos a presidente ocorreu na segunda-feira e desde então Meireles deu declarações que o colocou em rota de colisão com integrantes da campanha. Uma delas, a defesa do teto de gastos. Em evento na XP Investimentos, ele criticou a derrubada do mecanismo. Ocorre que a queda do instrumento é uma das certezas dentre economistas da campanha, que avaliam algumas possibilidades para substituí-la.
Reforma trabalhista
Outra ideia que Meirelles defendeu, nesta semana, é a manutenção da reforma trabalhista. Petistas iniciaram a campanha defendendo a revogação da reforma, posição que depois foi modulada para uma “revisão”.
A leitura é de que Meirelles entra na campanha na reta final, quando Lula é favorito para vencer e tenta defender o legado econômico do governo Michel Temer, do qual foi ministro da Fazenda e formulador de diversas políticas, em especial a que implementou o teto de gastos. Temer foi o presidente que assumiu após a queda, via impeachment, de Dilma Rousseff, outro ponto lembrado pelos críticos de Meirelles.
Antes disso, ele foi presidente do Banco Central nos dois governos Lula. Mais recentemente, foi secretário da Fazenda de João Doria em São Paulo.
Procurado, Meirelles disse reconhecer a existência de divergências, mas que acredita que elas serão discutidas normalmente nas próximas semanas.